Com o tempo aprendi que o tempo cura quase tudo, e já tive oportunidade de escrever sobre isso aqui. Aprendi que ele pode ser tratado quase como um amigo, numa relação em que há coisas que sabemos esperar dele, que queremos esperar dele, e que há outras em que ele, tal como outro amigo qualquer, nos surpreende pela positiva ou pela negativa.
Da mesma forma que podemos ter expectativas em relação a um amigo, temo-las em relação ao tempo. Desde o que o tempo trará, ao quanto demorará a trazer. E nestas coisas entra uma dicotomia fácil de explicar: nem sempre é coisa boa o tempo confirmar-nos o que estamos à espera que aconteça, por muito que demore. Porque se esperamos coisas más, o facto delas se confirmarem não deve significar um orgulho pela capacidade de antecipação, mas sim um profundo lamento por haver sempre na nossa vida coisas que ele nos traz e que não podemos mudar.
(saudades tuas, avó)
quinta-feira, 28 de maio de 2009
segunda-feira, 25 de maio de 2009
sábado, 23 de maio de 2009
Foi à primeira
daí a pergunta: "como é que é possível?", feita ao meu irmão.
Agradecimento ao Pacheco por ter gravado :)
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Laços
Imaginem-se na organização duma festa que leva para cima de 5000 pessoas. Às cinco da manhã, com dores nas pernas e nas costas de ter tirado finos a noite inteira (e acima de tudo com a cabeça feita em água), reparam pela primeira vez no telemóvel.
A amiga com quem tinham estado ao início da noite tinha um cinto nas calças, cuja piada consistia no facto de ter um laço beje. Ela tinha-vos mandado a mensagem a dizer que o tinha perdido, e que embora sabendo que era pouco provável, pedia para que tentassem ver se alguém o teria pisado e encontrado ou se ainda estaria no meio do lixo deixado no pavilhão agora vazio.
Dirigem-se ao amigo que controlava as operações, e perguntam se alguém achou alguma coisa:
- Só umas chaves de um carro, e outras de casa.
"E um laço de cinto, não?"
- Um laço que fazia parte de um cinto?
"Sim."
- Pah isso não. Mas se quiseres ver no meio dos copos... Mas era duma amiga tua?
"Era."
Olho à volta: 5 mil pessoas a 3 bebidas cada uma daria 15 mil copos. Contas feitas por baixo.
- Vais ver que isso aparece, puto.
Decidi começar a procurar, no meio daquele entulho todo, no sítio onde a tinha visto a ultima vez com o laço ainda no cinto. Não demorei 10 segundos. Ao primeiro pontapé no monte de copos eis que lá debaixo vejo o laço, sujo que doía, e apanho-o:
"Está aqui!"
E vou a correr para o Peixoto
- Eu não te disse que aparecia, puto?
E do cansaço e da alegria que ambos sentimos - porque ele se apercebeu do quanto aquilo era importante - justificou-se um abraço que demos de tal maneira sorridentes que toda a gente à volta veio perguntar o que se passava.
Muito mais que um laço de cinto, o que tinha sido achado ali era um laço de alma.
Um laço entre almas, daqueles que nunca se perdem.
A amiga com quem tinham estado ao início da noite tinha um cinto nas calças, cuja piada consistia no facto de ter um laço beje. Ela tinha-vos mandado a mensagem a dizer que o tinha perdido, e que embora sabendo que era pouco provável, pedia para que tentassem ver se alguém o teria pisado e encontrado ou se ainda estaria no meio do lixo deixado no pavilhão agora vazio.
Dirigem-se ao amigo que controlava as operações, e perguntam se alguém achou alguma coisa:
- Só umas chaves de um carro, e outras de casa.
"E um laço de cinto, não?"
- Um laço que fazia parte de um cinto?
"Sim."
- Pah isso não. Mas se quiseres ver no meio dos copos... Mas era duma amiga tua?
"Era."
Olho à volta: 5 mil pessoas a 3 bebidas cada uma daria 15 mil copos. Contas feitas por baixo.
- Vais ver que isso aparece, puto.
Decidi começar a procurar, no meio daquele entulho todo, no sítio onde a tinha visto a ultima vez com o laço ainda no cinto. Não demorei 10 segundos. Ao primeiro pontapé no monte de copos eis que lá debaixo vejo o laço, sujo que doía, e apanho-o:
"Está aqui!"
E vou a correr para o Peixoto
- Eu não te disse que aparecia, puto?
E do cansaço e da alegria que ambos sentimos - porque ele se apercebeu do quanto aquilo era importante - justificou-se um abraço que demos de tal maneira sorridentes que toda a gente à volta veio perguntar o que se passava.
Muito mais que um laço de cinto, o que tinha sido achado ali era um laço de alma.
Um laço entre almas, daqueles que nunca se perdem.
sábado, 16 de maio de 2009
Endorfinas
A palavra endorfina resulta da junção endo+morfina, pelo que significará qualquer coisa como "analgésico interno". A endorfina é um veículo de comunicação entre neurónios, e também do cérebro com o sistema nervoso e outras células do corpo.
Ela é produzida quando realizamos actividade física, relaxamos, ou fazemos uma actividade que nos dê prazer (tal como o sexo, ou comer chocolate). Aliás, a endorfina é a responsável pela sensação de cansaço e relaxamento após o orgasmo.
A libertação de endorfinas tem efeitos positivos, nomeadamente na regulação e melhoramento do humor, resistência ao stress, fortalecimento do sistema imunológico, acção anti-envelhecimento das células, e na melhoria da circulação sanguínea. Funcionam também no sentido de atenuar a dor, dando justificação ao "efeito de placebo" (segundo o qual a simples ideia de que vamos tomar algo para atenuar a dor é em si um atenuante à dor).
A endorfina dá uma sensação de euforia ou de bem-estar continuado vulgarmente conhecido como "felicidade". Por isso, se uma amiga vossa escrever que vocês lhe provocaram gargalhadas carregadinhas de endorfinas, esse é provavelmente o maior elogio que ela vos pode fazer.
(bela maneira de festejar 300 posts!)
fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Endorfina
http://www.saudepoa.com.br/endorfinas.htm
http://www.totalsport.com.br/colunas/ricardo/ed2800.htm
http://www.cienciahoje.pt/1168
http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/1780323-que-%C3%A9-endorfina/
http://bbel.uol.com.br/artigo/esporte/endorfinas_o_que_e_isso_.aspx
Ela é produzida quando realizamos actividade física, relaxamos, ou fazemos uma actividade que nos dê prazer (tal como o sexo, ou comer chocolate). Aliás, a endorfina é a responsável pela sensação de cansaço e relaxamento após o orgasmo.
A libertação de endorfinas tem efeitos positivos, nomeadamente na regulação e melhoramento do humor, resistência ao stress, fortalecimento do sistema imunológico, acção anti-envelhecimento das células, e na melhoria da circulação sanguínea. Funcionam também no sentido de atenuar a dor, dando justificação ao "efeito de placebo" (segundo o qual a simples ideia de que vamos tomar algo para atenuar a dor é em si um atenuante à dor).
A endorfina dá uma sensação de euforia ou de bem-estar continuado vulgarmente conhecido como "felicidade". Por isso, se uma amiga vossa escrever que vocês lhe provocaram gargalhadas carregadinhas de endorfinas, esse é provavelmente o maior elogio que ela vos pode fazer.
(bela maneira de festejar 300 posts!)
fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Endorfina
http://www.saudepoa.com.br/endorfinas.htm
http://www.totalsport.com.br/colunas/ricardo/ed2800.htm
http://www.cienciahoje.pt/1168
http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/1780323-que-%C3%A9-endorfina/
http://bbel.uol.com.br/artigo/esporte/endorfinas_o_que_e_isso_.aspx
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Não sei (se é do sono, se quê)
Aqui estou, este sou eu, em toda a minha imperfeição.
O que fui, onde caí, na companhia de quem me levantei
Sem sequer vislumbrar - uma que fosse - justificação.
Aqui estou, quiseste-me assim, tendo tu a perfeita noção
Do que o que fosse visto em mim era eterna mistura
De elementos apenas ordenados pela maior confusão.
Flor pisada de pétalas quedas, moídas pela solidão
Por dedos revestidos de sedas, numa tarde de pedra quente
Ao longe, na poeira, vista e assim mesmo apanhada do chão.
Querendo ser para ti abri, quando outrora já murchei.
De pétalas gastas pela gente. Fácil saber porque te quero
A ti. Por que me queres a mim, não sei.
O que fui, onde caí, na companhia de quem me levantei
Sem sequer vislumbrar - uma que fosse - justificação.
Aqui estou, quiseste-me assim, tendo tu a perfeita noção
Do que o que fosse visto em mim era eterna mistura
De elementos apenas ordenados pela maior confusão.
Flor pisada de pétalas quedas, moídas pela solidão
Por dedos revestidos de sedas, numa tarde de pedra quente
Ao longe, na poeira, vista e assim mesmo apanhada do chão.
Querendo ser para ti abri, quando outrora já murchei.
De pétalas gastas pela gente. Fácil saber porque te quero
A ti. Por que me queres a mim, não sei.
500 mil homens em Portugal?
Isso é um em 10.
O que parecendo que não, é bastante.
E se há coisinha pela qual eu me sujeitava a efeitos secundários, a impotência era uma delas.
E porquê? Porque o pior que me aconteceria era morrer, e morto já eu andaria de qualquer forma.
O que parecendo que não, é bastante.
E se há coisinha pela qual eu me sujeitava a efeitos secundários, a impotência era uma delas.
E porquê? Porque o pior que me aconteceria era morrer, e morto já eu andaria de qualquer forma.
Leite de Camelo
Por causa destas coisas da vodka lembrei-me:
Juntem 8 dl de vodka a uma lata das pequenas de leite condensado. Só assim.
Ah! Não bebam tudo sozinhos. É muito bom, mas é coisa capaz de vos fazer virar o barco.
(olha o eufemiiiiiiiiiiiiiismo fresquinho)
Juntem 8 dl de vodka a uma lata das pequenas de leite condensado. Só assim.
Ah! Não bebam tudo sozinhos. É muito bom, mas é coisa capaz de vos fazer virar o barco.
(olha o eufemiiiiiiiiiiiiiismo fresquinho)
terça-feira, 12 de maio de 2009
Ninguém as entende, coitadas!
Publicidade a um novo jornal, que vi na televisão, e que está brilhante, tem uma frase que adorei:
"Sei que os tempos são outros e são assim. Eu é que não."
Perfeito. E no contexto, não deixa dúvidas.
Publicidade a um artigo tipicamente feminino que ouvi na rádio, continha isto:
"Há coisas que só as mulheres entendem."
Neste, contudo, fiquei confuso. A sério que há, eu sei. Mas é suposto que isso seja um elogio às mulheres? É que na publicidade parece intrínseco que sim, mas a mim ocorreu-me o contrário: não poderá ser que essas coisas só sejam entendidas por mulheres por serem tão gritantemente descabidas que nenhum homem com dois dedos de testa as compre?
Ou devo dizer que nenhuma pessoa com dois dedos de testa as compre, seja ela homem ou mulher? A questão é esta: há mulheres - abençoadas sejam - que não entendem o porquê de haver coisas que só as mulheres entendam. E fazem muito bem!
É que nenhum de nós se deve sentir inferior ou culpado por haver coisas que não consiga encaixar, compreender. Se é mau demais para fazer sentido, para quê, porquê entender?
Digam à senhora da rádio que não há nada que só os homens é que entendem.
Nem há nenhum homem capaz de dizer uma alarvidade dessas numa publicidade.
Que eu tenha ouvido, pelo menos.
"Sei que os tempos são outros e são assim. Eu é que não."
Perfeito. E no contexto, não deixa dúvidas.
Publicidade a um artigo tipicamente feminino que ouvi na rádio, continha isto:
"Há coisas que só as mulheres entendem."
Neste, contudo, fiquei confuso. A sério que há, eu sei. Mas é suposto que isso seja um elogio às mulheres? É que na publicidade parece intrínseco que sim, mas a mim ocorreu-me o contrário: não poderá ser que essas coisas só sejam entendidas por mulheres por serem tão gritantemente descabidas que nenhum homem com dois dedos de testa as compre?
Ou devo dizer que nenhuma pessoa com dois dedos de testa as compre, seja ela homem ou mulher? A questão é esta: há mulheres - abençoadas sejam - que não entendem o porquê de haver coisas que só as mulheres entendam. E fazem muito bem!
É que nenhum de nós se deve sentir inferior ou culpado por haver coisas que não consiga encaixar, compreender. Se é mau demais para fazer sentido, para quê, porquê entender?
Digam à senhora da rádio que não há nada que só os homens é que entendem.
Nem há nenhum homem capaz de dizer uma alarvidade dessas numa publicidade.
Que eu tenha ouvido, pelo menos.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Aviso aos leitores
Avisam-se os estimados leitores que este blogue tem, oficialmente e a partir de hoje, uma dona.
A auto-proclamada "dona" deste blogue adquiriu, com o mérito próprio de quem o leu todo de rajada e o visita invariavelmente de dois em dois dias - divulgando-o com rasgados elogios a tudo quanto é amiga -, o direito a opinar e desdizer tudo o que nele é dito, sob a forma do mais impetuoso comentário repentino also known as "bitaite", ou "posta de pescada".
Mais se informa que se impõe como regra que todas as pessoas que queiram ser co-proprietárias do mesmo terão de ser religiosamente submetidas ao escrutínio dos proprietários actuais, e aprovadas por unanimidade.
:P
A auto-proclamada "dona" deste blogue adquiriu, com o mérito próprio de quem o leu todo de rajada e o visita invariavelmente de dois em dois dias - divulgando-o com rasgados elogios a tudo quanto é amiga -, o direito a opinar e desdizer tudo o que nele é dito, sob a forma do mais impetuoso comentário repentino also known as "bitaite", ou "posta de pescada".
Mais se informa que se impõe como regra que todas as pessoas que queiram ser co-proprietárias do mesmo terão de ser religiosamente submetidas ao escrutínio dos proprietários actuais, e aprovadas por unanimidade.
:P
Daí eu dizer: "(minha) Queima"
Porque quase ninguém terá noção da razão pela qual eu dancei na tenda da vodka com um batido 100% frutinha e iogurte na mão.
Foi uma experiência deveras interessante, devo dizer.
É como estar dentro duma sala de aula aflito para ir à casa-de-banho: mesmo que nos esforcemos para disfarçar, quem olhar bem para nós sabe que há qualquer coisa de errado ali. Uma bebida 0% alcoólica? Mas estamos na Queima, ou enganámo-nos entretanto?
Estou a imaginar a legenda da imagem: "um copinho de leite na tenda da vodka". Que tal?
Mais importante, aparte todos os significados que isso possa ter, ninguém senão quem estava comigo terá a noção da verdadeira justificação para tal, e ninguém senão eu terá ideia do prazer que me deu ter uma experiência tão diferente e tão supostamente desenquadrada, por significar muito mais do que estar simplesmente a segurar num copo.
Foi uma experiência deveras interessante, devo dizer.
É como estar dentro duma sala de aula aflito para ir à casa-de-banho: mesmo que nos esforcemos para disfarçar, quem olhar bem para nós sabe que há qualquer coisa de errado ali. Uma bebida 0% alcoólica? Mas estamos na Queima, ou enganámo-nos entretanto?
Estou a imaginar a legenda da imagem: "um copinho de leite na tenda da vodka". Que tal?
Mais importante, aparte todos os significados que isso possa ter, ninguém senão quem estava comigo terá a noção da verdadeira justificação para tal, e ninguém senão eu terá ideia do prazer que me deu ter uma experiência tão diferente e tão supostamente desenquadrada, por significar muito mais do que estar simplesmente a segurar num copo.
O final da (minha) Queima
Eram 6:07.
Estava num grupo de amigos, a música ainda tocava na tenda ao lado, e estava sobriamente a apreciar as figuras de quem levou a última noite ao rubro em termos alcoólicos.
Estava uma espécie de corredor intermitente de gente a passar por nós: os caloiros claramente despreocupados, com aquele ar de quem tem mais para o ano e para o seguinte também; os cartolados a aproveitar as últimas, a desforrarem as bengalas nas chapas das tendas, como querendo que a música não acabasse, que a queima não acabasse, que aquela vida e tudo quanto ela tinha não acabasse.
E entreteve-me, do outro lado do corredor ora mais ora menos apinhado de gente um casal, que estava a 8 metros de mim, sensivelmente. Ela mais alta, bonita, trajada, com a capa a tiracolo; ele mais baixo, mais sujo, mais bêbedo. Ambos de olhos brilhantes, não só do alcoól.
Não era difícil de perceber o que estava a acontecer: num mundo que era só deles, e no qual eu entrei sem pedir licença, no meio de toda aquela gente, ela explicava-lhe que não dava mais.
Lia-se "não quero mais isto" e "para mim acabou", "acabou", nos lábios dela, acompanhado do gesto típico com as mãos, e da surpresa dele, sem saber como reagir, com a mão na cabeça, simplesmente fitando-a com a cara de quem sabe que não pode voltar atrás.
Ainda esteve assim 3 ou 4 segundos depois dela virar costas. Virou-as também, ainda com a mão na cabeça, e a cena perdeu-se naquele instante.
O final da queima deles significou muito mais do que um final de queima das fitas, de festa, de curso, de primeiro ano, de férias, seja do que for. Na verdade, cada acontecimento continua a significar tantas coisas diferentes quantas as pessoas nele envolvidas: mesmo que haja semelhanças para pessoas em circunstâncias idênticas.
Estava num grupo de amigos, a música ainda tocava na tenda ao lado, e estava sobriamente a apreciar as figuras de quem levou a última noite ao rubro em termos alcoólicos.
Estava uma espécie de corredor intermitente de gente a passar por nós: os caloiros claramente despreocupados, com aquele ar de quem tem mais para o ano e para o seguinte também; os cartolados a aproveitar as últimas, a desforrarem as bengalas nas chapas das tendas, como querendo que a música não acabasse, que a queima não acabasse, que aquela vida e tudo quanto ela tinha não acabasse.
E entreteve-me, do outro lado do corredor ora mais ora menos apinhado de gente um casal, que estava a 8 metros de mim, sensivelmente. Ela mais alta, bonita, trajada, com a capa a tiracolo; ele mais baixo, mais sujo, mais bêbedo. Ambos de olhos brilhantes, não só do alcoól.
Não era difícil de perceber o que estava a acontecer: num mundo que era só deles, e no qual eu entrei sem pedir licença, no meio de toda aquela gente, ela explicava-lhe que não dava mais.
Lia-se "não quero mais isto" e "para mim acabou", "acabou", nos lábios dela, acompanhado do gesto típico com as mãos, e da surpresa dele, sem saber como reagir, com a mão na cabeça, simplesmente fitando-a com a cara de quem sabe que não pode voltar atrás.
Ainda esteve assim 3 ou 4 segundos depois dela virar costas. Virou-as também, ainda com a mão na cabeça, e a cena perdeu-se naquele instante.
O final da queima deles significou muito mais do que um final de queima das fitas, de festa, de curso, de primeiro ano, de férias, seja do que for. Na verdade, cada acontecimento continua a significar tantas coisas diferentes quantas as pessoas nele envolvidas: mesmo que haja semelhanças para pessoas em circunstâncias idênticas.
Campeão 2008/2009
É para mim o melhor jogador do campeonato.
O título do FCP é merecido, por mérito próprio, mas muito mais por demérito dos adversários, pouco profissionais e pouco ambiciosos. Num campeonato onde o Porto só foi bom no último terço - menção honrosa para a eliminatória com o Manchester -, custa a ver que os outros tenham sido tão maus - que os vice-campeões se satisfaçam por irem à Champions, e que o Benfica, tão mal comandado por um treinador que se congratulou há dias por pelo menos estar a fazer melhor que na época passada, poder de facto voltar a ficar em 4º.
Assim, e apesar da qualidade, não custa ser campeão.
terça-feira, 5 de maio de 2009
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