terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Toda a vida é um ciclo gástrico

Há dias em que penso, penso, penso e não sai nada. Não é que esteja a fazer um esforço para arranjar algo para escrever - ocorreu-me to come up with something antes da expressão em português - mas exactamente o contrário: há dias em que tenho tanto para dizer que me sufoca, as palavras atropelam-se tanto na mente que não arrisco em vomitá-las em voz ou no teclado.
Normalmente estes dias são pautados por alguma reflexão, sempre involuntária.
O que me vai acontecendo rumino até ao momento em que se enche o saco - o bucho, na metáfora - e não dá para não pensar mais. Nessas alturas, nesses dias, não gosto de mim. Porque se algo fosse realmente importante de ser pensado sê-lo-ía com naturalidade, fluiria tão depressa para fora de nós como em nós havia surgido. Na metáfora, era processado intestinalmente, sendo absorvido o que interessava e expelido - esquecido - o restante.
Ruminar é mesmo o termo correcto. Por definição, só volta à boca para acabar de ser mastigado o que nos custou a engolir. E que convém fazê-lo com calma, num sítio sossegado, sem ninguém a ver.
Objectivo último? Fazer com que ruminemos o menos vezes possível. E para isso o nosso estômago é fundamental: é como diz o povo, é preciso "ter estômago" para engolir "sapos vivos" e para os processar nos termos supracitados.
E - eis a cereja, eis a cereja - com quem aprendemos a ruminar?
Com as cabras.

Há metáforas fantásticas, não há?

3 comentários:

Paulito Brother disse...

eheheh, e que cabras ^^

gado bovino, tudo bem!
gado caprino, nada contraaa!
gado suíno, sim senhor!
MAS... é co a minha oBelha qu'eu quero 'tar, FACHABÔR!
:D

Rosa disse...

Por acaso, acho que é com as vacas.

Carlos disse...

As vacas também ruminam. E também se enquadram na metáfora. Podia muito estar escrito vaca, de facto...