O primeiro de Novembro é como o Natal, com uma simples diferença: em vez de se lembrarem dos vivos, lembram-se dos mortos.
Raramente me lembro de 95% das pessoas que conheço. É verdade.
Entre colegas de faculdade, colegas de colegas de faculdade, colegas e amigos dos pais, colegas e amigos do irmão, gente que é conhecida de gente que eu conheço, eu não me lembro de 95% deles (a não ser que alguém mos lembre). Contudo, dos restantes 5% eu lembro bem.
Sei do que gostam, sei de que clube são, sei-lhes os defeitos e as virtudes, sei o que devo responder em cada altura, e em relação a alguns deles sei como evoluíram como pessoas, como apreciar as diferenças.
Sei que mesmo sendo tão poucos (serão?) não lhes dedico, quase nunca, o tempo que merecem. Mas lembro-me muito mais do que aquilo que lhes falo, apenas e só porque se falasse não faria mais nada o dia inteiro... ou simplesmente porque não posso.
É que me lembro-me dos mortos também, é por isso que não posso.
Nem só no dia 1 de Novembro me lembro deles, da mesma maneira que, como escrevi acima, nem só no Natal me lembro das "minhas pessoas", daquelas que fazem parte da percentagem mais pequena do princípio de Pareto aplicado à vida - e custa-me que, da mesma maneira que se veja como obrigação dar uma prenda no Natal, se vê o primeiro de Novembro como o dia em que a campa tem de estar impecável e em que temos de ir ao cemitério, quanto mais não seja para garantirmos que está.
Toda a gente sabe que se tivesse de haver um dia de finados, no meu caso seria o 20 de Outubro.
Ou melhor, nem toda a gente sabe.
Talvez só saibam... 5% das pessoas, agora que penso bem nisso.
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1 comentário:
Gostei...
abraço
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