Nunca gostei de perder. Nem a feijões, nem sequer quando a minha avó me pedia "vá lá, deixa lá o teu irmão ganhar, que ele é pequenino". No monopólio, ia trocando o dinheiro que tinha pelas notas cor-de-rosa de 5 mil escudos, que guardava à socapa debaixo da caixa do jogo. No final, quando o adversário julgava estar prestes a dar-me o golpe de misericórdia - zás! - levantava a caixa e era um fartote de rir, como se tivesse conquistado o mundo de uma assentada com as notitas engomadas de 5 mil.
Apetecia-me muito não saber perder, como dantes. E nas vésperas dos golpes de misericórdia, ter um zás! para lhes fazer frente. Mas não, noto que estou a conformar-me com a realidade que me descontenta. Se esta é a sabedoria que advém do amadurecimento, então ela que vá para o raio que a parta. A mediocridade nunca me serviu, por que há-de servir agora?
- Conformismo? Olhe, por favor, é no guichet do lado, muito obrigada.
(Catarina)
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1 comentário:
Menos que perfeito é nada.
Vamos!
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