sábado, 3 de novembro de 2007

Deixas-me ajudar-te?

Quem gosta de ajudar ou quer ajudar, parte de um princípio base que pode estar errado: o de que pode, de facto, ajudar.
Pensa que terá ao longo da vida tido experiências que que sirvam para o caso; pressupõe que a ajuda é necessária; pressupõe que a sua opinião conta, que a pessoa que precisa de ajuda vai ficar melhor depois de ouvir aquelas preciosas palavras que mudam tudo.
Pressupõe que ajudar significa agir, mudar, fazer ver, que implica algo da sua parte.
Ajudar é um acto unilateral, sim, mas de quem está a ser ajudado.
O primeiro passo para ajudarmos é não julgarmos que estamos certos: antes damos a nossa visão sobre as coisas, para que a pessoa a compreenda; qualquer pessoa pode ajudar, portanto não nos julguemos imprescindíveis: todos nós temos pontos de vista, certo?
E mais, se os conselhos fossem bons não se davam, vendiam-se.
Às vezes ajudar significa olhar de longe e deixar errar. Significa ficar quieto.
Significa deixar que a outra pessoa descubra. Fingir que não ajudámos.
Às vezes ajudar é estar lá, apenas. É não saber se se pode ou não melhorar alguma coisa, mas estar completamente disposto a isso.

Quem ajuda tem de acompanhar para a vida. Mesmo de longe.
E não me esqueço do que o meu avôzinho dizia:
"Ensaboar a cabeça a burros, é um desperdício de tempo e de sabão"

e tal como tudo o que ele dizia, é verdade.

1 comentário:

R. disse...

o meu avo dizia com dar banho ao burro :P **