quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Vai dar entrada na linha 1...

... e tudo o que ela ouviu foi "o comboio que o vai levar para longe de mim".
Despedi-me ao cimo das escadas, a meio da corrida para a carruagem 021 e enquanto entrava, altura em que já não esperava vê-la atirar-me um beijo que me atingiu em cheio.
Houve quem me ensinasse que quem gosta de ficar esquece-se sempre de qualquer coisa; ela esqueceu-se de ir embora, só para me ver mais uns segundos.
Obrigada.

sábado, 20 de novembro de 2010

Não fiz de propósito

Lembro-me de ter 3 anos de idade, e de pedir uma Sega Mega Drive aos meus pais.
Lembro-me de estar com a minha avó em São Gemil, quando a recebi. Lembro-me que custou 42 contos.
Não me lembro do quanto os meus pais ganhavam nessa altura, mas eles lembram.
E, apesar de não o saber, não me esqueço de ter imaginado o esforço que terá sido para eles darem-me o presente do qual a minha mãe, desconfiada, me dizia "oh filho, mas tu tens a certeza que queres uma coisa dessas?"
Não, não fiz de propósito para me lembrar. Mas lembro.
Lembro-me da minha mãe a dizer que quem dava educação ao filho era ela, e se ela não me batia então mais ninguém podia fazê-lo. Para a seguir me castigar, se merecido fosse, mas bater não, que "porrada levou ela", eu não a levaria.
Do meu pai, nos curtos 3 kms de estrada que nos separavam da escola, a ter conversas comigo que eu só entendi já adolescente, anos - anos! - depois de acontecerem. Sempre como se eu fosse um adulto.
Lembro-me que não tinha prendas por passar de ano, porque passar de ano sempre foi a nossa obrigação; as prendas eram dadas porque se merecia, e quando havia dinheiro.
Não me lembro, mas não esqueço as histórias que ouvi de quando o meu pai começou a casa de onde vos escrevo, com 19 anos, dois anos antes de se casar (!), em conjunto com a minha mãe, aos sábados. E também não me esqueço de como ela almoçou maçãs com iogurte para ter dinheiro para o ferro da casa, para pagar a quem lho emprestou, até ao último cêntimo - na altura, centavo - do juro que até hoje não engoliu.
Ou de como eles me conceberam propositadamente na noite em que cumpriam o primeiro aniversário do seu casamento, seguindo as "regras dos livros" para que saísse rapaz.
Eu não fiz de propósito para me lembrar. Mas lembro-me.
Lembro-me da conversa que os meus pais tiveram comigo e com o meu irmão, eles, adultos, 36 e 33 anos, nós, adultos, 10 e 8 anos, de como nos explicaram que o dinheiro da nossa conta iria passar para a deles porque era preciso investir, de como todos teríamos um esforço a fazer nos anos seguintes e de como, quando a situação estivesse reposta, nos recompensariam.
Os meus pais aconselharam-se perante o investimento de uma vida, com os filhos, de 10 e 8 anos, dizendo-lhes claramente quais eram as medidas e as expectativas no curto e no longo prazo.
E cumpriram.
Eu não fiz de propósito para me lembrar disto. Mas como poderia eu esquecer?
Lembro-me de como a minha mãe me respondia sempre "pergunta ao teu pai", e de como o pai dizia "é melhor perguntares à mãe", e de como eu nunca dei valor a isso até saber o quanto um casal pode ser mais do que duas pessoas juntas.
"Se a tua mãe disse que sim, então sim". Algumas vezes, nem concordavam. Mas a palavra de um era a palavra do outro. E o que fala primeiro, fala pelos dois. E se algum não concorda, então a coisa resolve-se em surdina, dentro do quarto, sem nunca dar outra ideia aos filhos que não fosse a de uma Entidade, os Pais, formados por Pai e Mãe em perfeita harmonia.
Eu não tenho culpa que aos 5 anos soubesse o que era um testículo ou um ovário, porque a minha mãe me oferecera uma enciclopédia sexual para criança antes de eu saber ler, sequer. Nem que aos 16 anos de idade a última prenda que abri fossem duas caixas de preservativos que ela gentilmente depositou em cima da cama.
Eu não fiz de propósito para que os meus pais fossem os mais velhos de, no conjunto, mais 6 irmãos e irmãs, hoje tios entre os 30 e os quarenta e poucos anos, que me conseguem tratar como sobrinho e, principalmente, como amigo. Aliás, a coisa vai ao ponto do irmão que nasceu depois do meu pai ter casado com a irmã que nasceu depois da minha mãe, de maneira a que os primos tenham exactamente os mesmos sobrenomes.
E não foi de propósito.
Lembro-me, acima de tudo, daquele ditado "quem faz o que pode, a mais não é obrigado". De como, não havendo muito, nunca faltou para livros, cadernos, canetas e calculadoras. De como em todos os meus aniversários o meu pai me dava uma nota para eu pagar um sumo aos meus amigos. De como eu achava que não era preciso, e de como ele insistia.
De como ele me fez rir quando lhe contei que a minha primeira namorada tinha acabado comigo por mensagem de telemóvel, e ele disse "Oh... [pausa de admiração, dois segundos] ... ai a puta!..."
Eu não fiz de propósito, mas há coisas que não se esquecem. Eu sou uma pessoa de brancos e de pretos, e se hoje em dia consigo ver algum cinzento no mundo, foi por causa deles. Qualquer que seja, por mais pequena, a admirabilidade dalguma característica minha, a culpa não é minha.
Se tenho orgulho no que sou e no que escrevo, não é por mim. A pessoa que sou, e que quero continuar a ser, será sempre a pessoa mais perto deles possível, no sentido metafórico e literal do termo.
Eu não fiz de propósito, mas aconteceu. Não tenho culpa de os adorar. Nenhuma.
E se algum dia um filho meu puder sentir algo semelhante acerca de nós, eu olharei para a minha senhora e direi:
"valeu a pena".

Obrigado, Carlos. Obrigado, Bernardo. Obrigado.

Já está

O meu primeiro salário tinha 6 dígitos.
Seis.


E eis que, entre o quarto e o quinto, a vírgula.
Puta.

Gosto de Palavrões



Texto de Miguel Esteves Cardoso, lido por Miguel Guilherme.

sábado, 6 de novembro de 2010

Ser gente

É ser pequeno o suficiente para nunca deixar de entender o que nos envolve, e grande o suficiente para nunca deixar de ser pequeno.

sábado, 23 de outubro de 2010

(aos que perdi)

Procuro-te
em cada pessoa que encontro

como se te encontrando nela, te buscasse inteiro
e pudesse ter-te de novo sob o meu abraço

Por que te procuro?
por que não deixas que te encontre?

Por que é que, para mim, já só existes disperso no existir de outros?

E quando te encontro
nesse bocado de alguém
sou feliz.

Já não como era
quando o teu sorriso desenhava o meu
Já não como era
quando o mundo era só nosso, para sempre
Já não é como era
quando ainda não te tinha perdido.

Onde estás? Para onde foste? Quem és agora?

Fica comigo, assim mesmo, disperso.
Prefiro a tua existência fragmentada do que admitir que te perdi.

E, buscando-te nos outros, uma vida inteira, talvez um dia te encontre inteiro.
E que então, num dia de sol, saiamos os dois para me procurar,
A mim, que igualmente fiquei dispersa em todos os que olhei para te buscar.

(aos que perdi e que encontro no silêncio)

sábado, 9 de outubro de 2010

Mundo Novo

Não sei para onde vou. As horas sucedem-se. Os dias sucedem-se. E eu tenho saudades de quando as horas e os dias vinham devagar, uns a seguir aos outros, numa maré, confortante, de certezas absolutas. Tenho saudades de quem era quando o tempo me permitia ser alguma coisa e não apenas existir. É isso: agora existo. Existo simplesmente.
Estou cansada deste existir. Deste existir vazio. De desilusões. De pessoas. De tudo.
Estou cansada deste caminho. Deste caminho que não sei onde me leva. Deste caminho que comecei a trilhar não sei bem porquê. Apenas porque nasci, apenas porque os dias se sucedem, quer eu queira, quer não, cada vez mais rápido. Cada vez... mais rápido. Rá-pi-do!

Não, não quero tudo o que é efémero e não me contenta.
Quero o mundo, o mundo todo.

Apetecia-me parar.
PARAR.

Apetecia-me deixar de existir. Para, finalmente, começar a viver.

(apetecia-me inventar um mundo novo)

domingo, 1 de agosto de 2010

Os homens e os ratos

Dizem os cientistas que as características genéticas de homens e ratos são semelhantes, mais semelhantes do que entre o homem e outros animais. É por esta razão, aliás, que se utilizam ratos para fazer testes a medicamentos.
Vocês com certeza já ouviram a expressão "rato de laboratório", mas nunca ouviram peixe de laboratório, pois não?
A semelhança entre homens e ratos, infelizmente para os homens, não se fica pela genética.
Um homem é um ser fisicamente pujante. Um homem tem corpo para trabalhar, tem corpo para levar palmadas de força da vida e aguentar-se de pé. Ironicamente, com um pé apenas se mata um rato.
Aliás, os homens são inteligentes o suficiente para matar os ratos sem sequer ser preciso usarem da força. Nos laboratórios, com medicamentos. Em casa, com comida envenenada. Na vida, com o desprezo de quem, em vez de os matar, os põe numa gaiolazinha invisível, às voltas, às voltas, e que quando os vê correr, para fugirem do facto de serem ratos, os vê impotentes dentro dum círculo que vai rodando, qual tapete de passadeira de ginásio, e que os vai fazendo correr sem nunca saírem do sítio.
A diferença principal entre os homens e os ratos é esta: é esta pequenez em termos de inteligência, uma pequenez tal que pode inclusivé fazer pensar ao rato que pode enganar o homem.
Tem a sua piada que os homens deixem a comida nos cantos de suas casas para que os ratos morram dela. Reparem: a matreirice do rato em esconder-se sempre num canto, para que não o vejam. A fuga quando reparam nele, sempre com intenção de passar despercebido, mas dando demasiado nas vistas. A vontade de conseguir viver no que o homem construiu, habitar-lhe a casa, roubar-lhe o lá tem, sempre escondido, sempre na penumbra, sempre fugindo quando confrontado com o homem. E o homem, que se fazendo de parvo já o topou há muito, porque um rato é um rato e deixa sempre um rasto de mijo ou de merda que não engana ninguém, prepara-lhe a morte sem sequer que ele saiba que reparou nele.
O rato olha para o que o homem tem, e deseja-o: o homem dá-lho. Mas não lho dá sem a certeza de que isso o vai levar ao sofrimento. Porque a comida é do homem, foi comprada por ele. Aquilo que o rato quer provar, o homem já há muito tempo sabe o que é.
Eu não sou má pessoa, eu juro. Eu seria incapaz de matar um rato. Eu preferia vê-lo viver com esse estigma de o ser, preferia visitá-lo de vez em quando, na sua gaiola, e olhar para ele como que lhe perguntando: "então, meu nojento, continuas às voltas sem sair do sítio?", lembrando-lhe que eu sim sou homem, e ele não, é rato.
Por mais que se esforce, um rato será sempre um rato.
Há-de sempre olhar o homem com inveja, porque sabe que nunca o será, porque sabe que há coisas que os ratos fazem aos homens que os homens não fazem aos ratos.
Corre ratinho, corre.
Está aqui um homem a topar-te.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Exageros

Isto foi emocionado



Isto foi forçado.



Isto foi uma estupidez.

O Rei dos Gnomos?

Estive a ver no youtube dois vídeos de um indivíduo que se auto-intitula o Rei dos Gnomos.
Não pude deixar de pensar que as nossas prisões deviam ser como as do Brasil: sobrelotadas MESMO.
E como dividir o espaço com um doente mental destes? Não se divide.
Mata-se o doente mental.

E era assunto resolvido.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Há maneiras e maneiras



Está tudo na expressão facial dele.
Reparem assim que ela faz a proposta ele hesita, tipo:
"não me estou a acreditar"
e depois ainda pergunta:
"com quem?"
e assim que ela diz que é com ela ele diz
"não não não"
com aquele ar de
"tu deves ser mas é estúpida, só pode"
espectacular.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Palpite certeiro

Não, eu não sou o polvo mas acertei no palpite.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Estar em palco

Estar em palco não é a mesma coisa que estar no sofá. Existe pressão, existe público.
Mesmo que o público que vá não seja particularmente exigente, eu costumo ser.

Como é óbvio, no palco não fui tão bem. Quando houver filme, eu ponho. Por enquanto fica a achega.



sexta-feira, 25 de junho de 2010

Obrigado, Catarina

O que me vale é que tu és casada comigo :)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Esqueçam lá isso

Podeis ir a Fátima ou ao Cabo do Mundo;
Podeis ir a pé ou pela auto-estrada;
Podeis ir devagarinho ou a fundo;
Podeis fazer tudo e não podeis fazer nada.
Podeis meditar ou assentar ideias;
Podeis fazê-lo em pé ou sentada;
Podeis acender e agitar fogueiras;
Podeis fazer tudo e não podeis fazer nada;
Podeis berrar e também podeis mugir;
Podeis desembainhar o escudo e a espada;
Podeis levantar-vos e lutar até cair;
Podeis fazer tudo e não podeis fazer nada;
Podeis fazer o que quiserdes com arte e engenho;
Podeis fazer tudo e não podeis fazer nada;
Porque do Mundo inteiro a certeza é que tenho
De todas vocês a melhor namorada.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O carro

O carro é novo. Uns dias e pronto, a esquina do prédio faz uma entrada a pés juntos, para cartão vermelho, e vai direitinha ao lombo direito. Fica o veículo com uma fractura exposta junto à roda traseira. O carro vai para arranjar. Quase duzentas moedas de euro. O carro parece novo. Estacionamento no fórum, num dia como tantos outros, aborrecidos de tão iguais. Carro ao poste.
E nem o dano soube fazer. A arranhadela era muito mais pequena do que a primeira, mas atravessava, à patrão, duas peças do dito veículo de quatro rodas. Saldo: quase trezentos oreos. Paga e cala.
TREEEEE-ZENTOS? Naaaaaa. A tia patinhas, com os seus tiques de poupança, decide não abrir os cordões à bolsa. Prefere andar com o carro naquele estado, tão raro com a sua mordidela de pantera. Até que, num belo dia, leva com um autocarro da Turilis em cima, toma lá que já almoçaste, cheque ao rei, duas portas 'down' e um grandessíssimo susto. Mil e duzentos euros de despesa, pagos pela seguradora do bus, sim porque não há azar que dure sempre.
Vai o veículo das quatro rodas para arranjar. Duas semanas. Já agora, arranjem aí a arranhadela do felino, que eu pago as trezentas moedas de um euro.
Um par de dias e puff. Alguma alma, no estacionamento, decidiu que a traseira do meu carro não estava bem como estava. E o resto.... o resto é história. Num ano, o meu carro já sofreu mais faltas para cartão do que o João Pinto na sua melhor época.

Yo no creo en brujas pero que las hay las hay.

(Cat.)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Faculdade de Psicologia...

...faz exames ao Sábado às 9 horas da manhã????
Coitado do meu irmão :(

45 minutos de mundial...

E já estou farto de vuvuzelas.
Bolas.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

quinta-feira, 3 de junho de 2010

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Odeio burras




Devo dizer, quanto às pizzas, o seguinte: quando eu andava na escola primária tínhamos um planisfério. Esse planisfério era rectangular. Em bom abono da verdade, nenhum planisfério devia ser rectangular, pela simples razão de que se pegássemos nas pontas e uníssemos, no intuito de formar uma esfera, obteríamos nada mais que um cilindro. E isto não ajuda em nada a nossa noção do espaço e a nossa capacidade de abstracção.
Mas vistas bem as coisas, uma esfera não é planificável.
E era por isso que existia o Globo Terrestre, que eu amava de paixão.

Destino?

Estive com um rapaz que me disse preto no branco que no dia em que nascemos já temos o dia de morte anunciado.
Eu, hoje, consigo entender o ponto de vista.
Contou-me da vez em que ele e um amigo estavam a apanhar boleia e parou uma pessoa cuja cara não lhe agradou. O amigo apanhou a boleia, ele ficou a pé à espera de outra. O amigo morreu pouco depois num acidente de viação pelo despiste da pessoa com quem ía.
Ou da vez em que um conhecido lhe disse que lhe dava boleia para o país de destino como emigrante, e ele preferiu ir de avião. O conhecido morreu na viagem.
E de outras vezes em que fintou a morte.
Este assunto intriga-me tanto.
Bolas.

domingo, 30 de maio de 2010

Nós somos um


Eu diria mais, somos um num milhão :)

Carlos

sábado, 29 de maio de 2010

Sonho

Há pessoas que têm um sonho e nada fazem para o concretizar.
E há pessoas que têm um sonho e passam a vida à procura dele.

E depois há quem, como eu, tenha ganho e perdido sonhos pelo caminho, sem nunca ter algo que verdadeiramente procurasse, talvez por saber que a felicidade mora nos pequenos momentos e quase nunca nos grandes ou, mais provavelmente, apenas porque não, porque nasceu e cresceu sem sonhos, como muitos outros nascem e crescem sem alguma coisa fundamental.

Perguntam-me muitas vezes qual é o meu sonho e eu... encolho os ombros. Não tenho.

(Pobre daquele que não tem sonhos, porque ele sim jamais poderá alcançá-los)

(Catarina)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Prazeres

Gosto de comer cereais com os dedos e beber o leite de seguida, em vez de misturar as duas coisas numa tigela. Sim, eu sou um estranho ser humano.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Know-how

O que distingue alguém que nos ensina de alguém que nos humilha?
A maneira como nos fala.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Olhos na estrada (os meus)

Olhos na estrada (os meus).
Observam-me (os dela).
Dão-me exactamente aquilo que preciso. Sei que me admiram no sentido literal da palavra, como se nada mais houvesse a admirar, como se a estrada não passasse debaixo de nós com rapidez. São um "confio em ti" porque a conduzo sem que ela saiba bem como ou para onde. Sabe que vai comigo, apenas isso.
Nem ela nem o planeta estão em movimento. Estão sim parados, a guardar o momento no álbum das memórias felizes. E eu, que a vejo também, sem tirar os olhos da estrada, estendo-lhe a mão, impotente de agradecer de melhor maneira.
E sorrimos.

A nossa casa move-se à nossa volta.
A nossa casa somos nós.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Equipa do Ano

A jogar em Portugal:

Peiser (Naval)

João Pereira (Braga e Sporting)
Luisão (Benfica)
David Luiz (Benfica)
Álvaro Pereira (FCPorto)

Javi Garcia (Benfica)
Nuno Assis (Vit. Guimarães)
Pablo Aimar (Benfica)
Varela (FCPorto)

Saviola (Benfica)
Falcão (FCPorto)

Suplentes:

Eduardo (SC Braga), Rubén Amorim (Benfica), Rodriguez (SC Braga), João Moutinho (Sporting CP), Ramires (Benfica), Paulo César (SC Braga), Liedson (Sporting CP)

Treinador: Jorge Jesus ou Augusto Inácio


Na Europa:

Julio César ou Pepe Reina

Maicon ou Dani Alves
Lucio, Vidic, David Luiz, Gérard Piqué (2 destes)
Ashley Cole ou Patrice Evra

Cambiasso ou Fabregas
Ronaldo ou Eto'o
Messi ou David Silva
Gerard, Lampard, ou Kaka (1 deles)

Torres, Aguero, Wayne Rooney, Drogba, Diego Milito, David Villa (2 destes)

Treinadores: José Mourinho ou Guardiola

domingo, 23 de maio de 2010

Casa

Nos teus silêncios, nas tuas palavras, nas tuas lágrimas, nos teus sorrisos: é aí que vivo, todos os dias, a cada momento. Apenas contigo me sinto absolutamente em casa, como se essa palavra, 'casa', não existisse antes de ti.

Carlos, a simplicidade é o segredo dos grandes.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

As notas do monopólio

Nunca gostei de perder. Nem a feijões, nem sequer quando a minha avó me pedia "vá lá, deixa lá o teu irmão ganhar, que ele é pequenino". No monopólio, ia trocando o dinheiro que tinha pelas notas cor-de-rosa de 5 mil escudos, que guardava à socapa debaixo da caixa do jogo. No final, quando o adversário julgava estar prestes a dar-me o golpe de misericórdia - zás! - levantava a caixa e era um fartote de rir, como se tivesse conquistado o mundo de uma assentada com as notitas engomadas de 5 mil.

Apetecia-me muito não saber perder, como dantes. E nas vésperas dos golpes de misericórdia, ter um zás! para lhes fazer frente. Mas não, noto que estou a conformar-me com a realidade que me descontenta. Se esta é a sabedoria que advém do amadurecimento, então ela que vá para o raio que a parta. A mediocridade nunca me serviu, por que há-de servir agora?

- Conformismo? Olhe, por favor, é no guichet do lado, muito obrigada.

(Catarina)

Ter vocação

Apreciar as pessoas a fazer aquilo para que nasceram é algo que me fascina.
Eu gostava de ter nascido para influenciar pessoas. Talvez seja demasiado vago, mas é isso que sinto. Talvez porque tenha de abarcar todos os aspectos de mim para ser válido.
Talvez tenha, talvez não.
Sei que não me preocupa o que os outros pensam, mas a maneira como dirigem os seus pensamentos, o que é totalmente diferente.
E por agora sei para o que não nasci, e isso já é óptimo em si.

P.S.: este texto refere-se a aspectos profissionais.
Noutros contextos sei muito bem para o que - ou para quem - é que nasci :)

domingo, 16 de maio de 2010

Não voltes

'Nunca voltes ao lugar onde já foste feliz
por muito que o coração diga
não faças o que ele diz
nunca mais voltes à casa onde ardeste de paixão
só encontrarás erva rasa
por entre as lajes do chão'

(Rui Veloso, Carlos Tê)

Não, não deveríamos voltar aos sítios onde fomos felizes. É sempre uma desilusão.
Tenhamos a coragem de deixar as memórias intactas, à mercê do tempo, um tempo que as suaviza e adoça. Não queiramos, pois, que se tornem erva rasa por entre as lajes do chão onde outrora fomos felizes.

À memória das felicidades que julgámos ter. Às felicidades que um dia se tornarão memória.

(Catarina)

É triste

Os cursos têm menos anos, a queima tem mais noites e está muito mais cara. Há menos não-estudantes, há menos estudantes, há mais álcool e mais pó.
E há que trabalhar no dia seguinte.
A queima perdeu a piada.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O meu Benfica

Na ressaca dos festejos do título, devo dizer que entendo por que razão existe tanto ódio pelo Benfica.
Sei, de mim para mim e bem lá no fundo, que o típico adepto do Benfica é uma pessoa odiável. O típico benfiquista tem bigode e bebe tinto a todas as refeições, bem como nos intervalos antes e depois delas. Tal como o adepto do Porto é bairrista ou o do Sporting é elitista, o adepto do Benfica é do povo, em todo o esplendor de alegria nos bons momentos e de vergonha quando os microfones lhe param à frente para que - valia mais que calassem esses animais - os "verdadeiros chefes de família" explanem todas as teorias embriagadas sobre a inteligência do Saviola, a segurança do Javi, o pulmão do Ramires, a elegância do David Luiz, a liderança do Luisão ou os golos do Cardozo.
Devo dizer que, para um adepto do Benfica fora deste lugar comum, isto enerva: faço ideia, portanto, do quanto enervará um adepto doutro clube qualquer, que olha para o clube que mais adeptos tem. Levar com esta gente não é fácil.
Lembro-me, por exemplo, dum Benfica-Marítimo há umas épocas atrás. O Benfica fizera uma primeira parte de merda - literalmente, assim foi - o Beto era o nosso distribuidor de jogo - cruzes! - e na frente jogava uma dupla de pontas de lança de meter medo tal o seu portento técnico, a saber: Makukula (oh meu Deus), e - a cereja em cima do bolo - Azar Karadas, avançado que era tão bom que no clube seguinte jogou a central.
Bem, mas é isto: depois de uma primeira parte em que fomos comidos pelo Marítimo em casa Makukula faz ressaltar a bola no peito uns dois metros, para o remate de fora da área, depois da bola lhe ter chegado sabe Deus como, e atira para um frango do guarda-redes, que dá, injustamente, a vantagem ao clube da casa, com um golo caído do céu.
Os mesmos benfiquistas que haviam passado toda a primeira parte a vaiar o seu clube cantavam nas bancadas "Glorioso SLB" e "ninguém pára o Benfica", quais chefes de família que depois de dizerem mundos e fundos dos filhos os congratulam por terem tido um suficiente na escola.
Como se um suficiente fosse suficiente.
Desde sempre me desmarquei de todos os adeptos ditos "normais": não é que não faça parte do povo, mas o meu amor pelo rigor e disciplina, pelo mérito e pelo esforço sempre me impediu de aplaudir vitórias em que merecíamos menos e desdenhar derrotas em que merecíamos mais. É neste sentido que eu me considero um benfiquista diferente dos outros, que não vê sempre penalties a seu favor, que sabe que o caso do Hulk foi uma vergonha, que sente que não era preciso isso para sermos campeões na mesma, mas que mancha o campeonato indiscutivelmente.
Sou o mesmo benfiquista que acha que o Porto devia ter terminado em segundo porque assim teríamos muito mais hipóteses de fazer boa figura na Champions para o ano. Teríamos, equipas portuguesas.
E como cidadão bem-educado e tolerante não apareço nas festas para as quais não fui convidado, nem chamo gratuitamente nomes às outras pessoas, nomeadamente por serem doutra côr clubística. E mesmo que vivesse perto da Avenida dos Aliados, não apareceria, nem incendiaria cachecóis ou arrearia em pessoas que ali estivessem - justamente - a festejar.
E festejavam porque até os benfiquistas que não são normais sentiam que este ano era diferente: melhor ataque com 78 golos em 30 jogos, melhor defesa - empatado com o Braga - com 20 golos sofridos, 5 pontos de diferença para o 2º classificado, 28 para um rival directo, melhor marcador do campeonato e da Liga Europa, ex-aqueo com Pizarro (Cardozo), melhor assistente da Liga Europa (Di Maria), melhor assistente do campeonato (Di Maria), maior goleada do campeonato (8-1 ao Setúbal), equipa com futebol mais atractivo, equipa que conquistou Campeonato com a melhor percentagem de pontos conquistados dos últimos 15 anos (à frente do Porto de Mourinho) e a Taça da Liga ao maior rival dos últimos anos por 3-0 claríssimos, e que chegou aos quartos da Liga Europa, onde perdeu com um bicampeão europeu da última década, o Liverpool.
Esta época foi uma época especial, de facto. Tão especial que conheço sportinguistas que há 16ª jornada estavam a torcer contra o seu clube de coração a favor duma vitória dum Braga que já na altura se adivinhava a única equipa capaz de lutar pelo título com o Benfica. O anti-benfiquismo é aliás algo que se adivinha primário ao gosto pelas próprias cores: se o adepto normal do Benfica é o burgesso que já enunciei, o adepto normal de outro clube que não o Benfica será - e isto, custe o que custar a admitir, é verdade - pela força das circunstâncias de ser o clube mais apoiado (e nem sempre melhor apoiado) e de maior palmarés histórico em Portugal - um anti-benfiquista (saúdem-se todas as excepções à regra).
É nesta base de diferença para melhor que me afirmo neste texto como benfiquista: sou-o porque o meu coração assim o quis, quis o desígnio do destino. Sou-o apesar de ter esperado 17 anos por ver o meu clube campeão - já que do título de 94 não me lembro, tinha 6 anos - ao ponto de ter ficado 17 dias doente dos festejos, os 6 primeiros dos quais de cama e tomar Brufen de 4 em 4 horas. E não conseguiria ser doutro.
Sou-o com todo o direito que outras pessoas têm de ser da Académica, do FCP, do Sporting, do Braga, do União de Lamas ou do Sporting da Covilhã. E sou-o respeitando as vitórias dos outros: inegável o domínio azul e branco dos últimos 4 anos, mesmo que mais por demérito dos adversários do que por mérito próprio, em minha opinião.
Apoio o meu clube e vibro por ele com o mesmo direito que outras pessoas pelo seu, canto nos golos, festejo nas vitórias e respeito os adversários nas derrotas. E é como benfiquista "anormal" que me vejo fazer confusão quem vibre mais por uma derrota dum clube que odeia do que uma vitória dum clube que adora; quem torça contra o seu clube de coração para evitar que outro clube em específico ganhe; quem me chame de filho da puta quando festeja golos seus.
Quando o nosso clube marca um golo e a nossa vontade é chamar filhos da puta aos maiores rivais, isso quer dizer que apesar de toda a superioridade aparente nos sentimos ameaçados por eles. Por aí se vê com quem de facto estamos preocupados, se connosco ou com os outros.
Ou com algum dos outros em particular.
Com o maior dos outros, em particular.
E o maior dos outros costumava ser o maior porque era aquele que ganhava regularmente, mas agora era apenas a quem os outros, inconscientemente e com atitudes como estas, atribuíam mais importância. E foi por isso que continuou, estes anos todos, a ser o maior.
O Benfica nunca mereceu, ao longo dos últimos 20 anos, toda a importância que lhe foi dada pelos adversários: era um gigante adormecido, liderado por presidentes corruptos e por treinadores medíocres, como Jesualdo Ferreira ou Artur Jorge, Heynckes, Souness ou Fernando Santos, com jogadores desesperantemente maus como Escalona, Okunowo, João Manuel Pinto, Andrade, Calado, Diogo Luís, Ronaldo, Machairidis, Kandaurov, Karadas, Makukula, Manduca, Manu, Mantorras, Marcel, Bynia, Fernando Aguiar, Beto, Zoro ou Balboa, só para falar nos que me lembro de repente.
Mas teve-a.
E a todos aqueles que nos chamaram de filhos da puta, porque não sabem ser de si antes de serem contra os outros, a todos aqueles que me confundem com os típicos benfiquistas e me põem no mesmo saco dos adeptos que não sabem ser de um clube, a todos os adeptos que cantam com orgulho em jantares de curso e outros eventos públicos hinos de ódio ao meu clube em vez de amor ao seu, eu tenho vontade de fazer uso das palavras do melhor jogador de todos os tempos:

"que la chupen e que la sigan chupando".

CAMPEÕES NACIONAIS 09/10
CAMPEÕES EUROPEUS DE FUTSAL

Saibam ser adeptos de futebol. Saibam ser homens.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Prodígios de um comando à distância

Há tempos que ando a remoer isto. Comigo é sempre assim, remoer remoer e remoer até arranjar alguma estratégia de expiação de problemas, picando e repicando o gelo à espera que ele derreta mais depressa.

Costuma dizer a minha avó que ao bom habituamo-nos nós depressa. Andamos anos a fio a ser as pessoas perfeitas, caros a gregos e troianos, engolimos sapos (e algumas rãs), pensamos - tenho de fazer assim e assado - e fazemos assim e assado. E frito e cozido se preciso for. Um prodígio do comando à distância, um amigo ao seu dispor, a toda a hora, quando quiser, faça uso se faz favor, não precisa de agradecer à saída.

É fácil, demasiado fácil ser amigo de alguém assim.

O difícil é continuar a sê-lo se, por alguma infelicidade, o erro cometido é um pouco mais sério. Ui, então aí cai o carmo, a trindade e demais edifícios. Saltam do lugar de onde nunca saíram para nos agradecer, bramem julgamentos como se fossem acometidos por alguma forma de raiva canina, julgam-nos com a moralidade própria de quem nunca manchou a toalha branca da santa mãezinha e adoptam aquele ar de beata de igreja que não falta a uma missa ou ao ensaio do coro com o senhor prior. E depois ainda nos lançam aqueles olhos de carneiro mal morto que nunca lhes vimos antes. "Nunca esperei isso de ti!"

Nós também nunca esperámos isso deles.

(Catarina)

sábado, 1 de maio de 2010

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A entrega

É uma das sensações mais reconfortantes: saber que quem amamos está bem entregue.
Aos teus amigos,

Capas Negras de Saudade



[Temos o dever absoluto de os estimar.
E afinal, se és a pessoa extraordinária que és, também o deves (e muito) a eles.]

domingo, 25 de abril de 2010

Do cinema

Saímos do cinema, e no corredor que dá acesso ao átrio dos restaurantes do Dolce Vita eu vejo uma senhora, dos seus 50 e poucos anos, a vestir o seu casaco. Atitude prudente de quem acabara de sair da sala quente e não queria constipar-se.
Estava difícil. O braço não entrava na segunda manga, porque o casaco era apertado. Então lá vem ele, o marido, a correr - literalmente a correr - levantar o ombro do casaco à sua senhora, para que ela lá enfiasse o braço sem problemas na maldita manga, mantendo toda a sua pose de avó cheia de pinta, elegantérrima e activa.
E, já agora, visivelmente bem amada.

Da Bíblia

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado"

por sugestão da Catarina

Retiro espiritual

Agora é tempo de sermos porto de abrigo, ou a redoma onde nos refugiamos, apenas.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Posfácio

Da última vez que te vi estavas sentado. Fragilmente sentado sobre as fiadas abraçadas da cadeira de verga. E estavas estranhamente corado. Uma cor que há muito já não era usual em ti. Porque era falsa (mas eu quis, furiosamente, convencer-me do contrário). Era o laranja do pôr-do-sol reflectido na tua tez baça, arranhada e prematuramente sulcada pelos anos que não chegarias a viver.

Sorriste. Como sempre. E olhaste-me.

Não era um olhar diferente do primeiro.
Era apenas derradeiro.
Um derradeiro olhar.

E eu ao ver-te, sentado e rendido pela luta que não quiseste travar, não quis acreditar que esse olhar derradeiro não fosse afinal o primeiro, mas o derradeiro olhar.

Olhaste-me porque sabias que era a última vez. Mas demoraste-te em mim como se procurasses, em vão, amarrar-te à vida.

Por que é que também eu não demorei o meu olhar em ti para assim te prender à realidade?

E agora é tarde para te rever
Ficou a saudade
E a lembrança desse olhar
Que deixámos morrer.

Deixa-me voltar atrás
Deixa-me prender-te no meu olhar
Para viveres para sempre junto das minhas certezas.

[Desculpa ter sido demasiado cobarde para me despedir]

Um beijo,

Catarina

domingo, 11 de abril de 2010

What has to be done

Li num livro, uma vez, que toda a gente tem duas coisas certas na vida, e apenas essas duas: a morte, no seu final; a e exigência de nela tomar decisões, na sua duração. Benjamin Franklin acrescentaria as estas duas o facto de termos de pagar impostos - aceita-se.
A parte que me interessa é a das decisões: na morte penso quando morrer; quanto aos impostos espero pagar muitos - seria um óptimo sinal. De facto, a tomada de decisão ou a falta dela são uma escolha - decidimos agir e decidimos não agir, mas decidimos sempre, seja de que forma for.
E se há decisões na vida que são fáceis de tomar, também as há que nem tanto. Uma decisão tem sempre um reverso de medalha, um custo de oportunidade. Não há decisão nenhuma na nossa vida que traga apenas aspectos positivos, ou por outra, que não possa ser vista também pelo que se perde em decidir assim, ao invés do que se ganha.
As decisões dependem de muitas coisas perfeitamente lógicas: das consequências que trazem, boas e más, na nossa vida e na vida das outras pessoas; das circunstâncias em que são tomadas, certamente; e do prazo dessas consequências e circunstâncias.
Uma decisão é nada mais nada menos que uma acção ou inacção concertada entre as circunstâncias do presente e as consequências no futuro.
Erradamente, há quem inclua nos factores a considerar aquilo que outras pessoas decidiriam no seu lugar. Isto é dizer que para decidir a pessoa pergunta-se "o que vão as pessoas próximas de mim pensar se eu decidir desta forma?", "O que estão elas à espera que eu faça?" ou "O que fariam elas no meu lugar?". Na minha mais humilde opinião, não há quem tanto conheça as circunstâncias e as consequências de uma decisão como nós próprios. Não existe ninguém que esteja em tão boas condições de decidir sobre nós como nós próprios.
Desta forma, aquilo que os outros pensam sobre a maneira como decidimos é relativo, quando comparado ao nosso bom senso: das pessoas em quem confiamos que sabem o que é melhor para elas, podemos esperar qualquer decisão como sendo uma boa decisão.
E por isso devemos respeitá-la e apoiá-la, principalmente quando todas as outras pessoas, as tais que nem sonham as razões que a justificam, a encaram como ofensiva ou devaneadora: é que muitas vezes a decisão em causa não só era a mais acertada, como era a única possível.

sábado, 10 de abril de 2010

É verdade que não tenho escrito

É-me muito fácil escrever quando sinto que tenho algo a dizer.
Escrevo quando estou contente, também, mas acima de tudo quando algo me tira do sério, me faz confusão, precisa de ser esclarecido, justificado, quando o que somos está em causa e o que sentimos igualmente, assim como quem precisa de ficar livre dos seus próprios fantasmas e em paz com a sua consciência.
A escrita é, para mim, uma conversa comigo mesmo, aquilo a que as pessoas chamam falar com os próprios botões; costuma dizer-se que só se sabe mesmo uma coisa quando se a consegue explicá-la, e costumo ficar agradado com o vosso feedback.
As pessoas mais atentas já perceberam, então, por que razão escasseiam os textos nesta altura, nomeadamente os mais sentimentais/profundos/reflexivos. Porque a pessoa que eu fui nestes últimos meses foi mais feliz, mais em paz consigo própria e mais espelhada nos que a rodeiam do que nunca; nomeadamente, no encontro daquela que pode muito bem vir a ser "a minha senhora", como costumamos dizer.
Tenho gostado de estar a aplicar no estágio aquilo que aprendi na faculdade, e acima de tudo estou a experimentar a realidade empresarial portuguesa na sua faceta nua e crua, o que me faz entender muitas coisas que os professores diziam, e que não entendia na altura.
Até o Benfica tem ganho uns jogos. Outros diriam que tem sido uma época fantástica, mas eu limito-me a discordar: esta é a época que o Benfica devia fazer sempre. Esperei 22 anos para os ver jogar à bola, eles que a partir de agora me compensem - uma época só não chega!
(Um dia vou ser presidente daquilo. Escrevam isso.)
Para além de todas as outras, descobri que não consigo expressar por palavras certas coisas. Cada vez sou mais agradecido, mais rigoroso em quem gosto, e filtrei bem quem quero comigo. Hoje, sou uma pessoa que precisa de escrever pouco.
E é por isso, meus senhores e minha senhoras, que hoje anuncio oficialmente que este blogue, parco em posts nos últimos dias, vai ganhar uma co-autora, que escreverá a par comigo aqui, sempre que queira.
It's one small step for mankind, but a big step for me.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Continua Ela, A Tal

"E diz Ela, a Tal que por ti repetiu as palavras que jurara não voltar a pronunciar. Mas fê-lo na certeza de que elas, as palavras impronunciáveis, foram criadas para te serem ditas. E é uma certeza que quebra todas as hesitações, todas as incertezas, todos os medos. Que quebrou as fortalezas que construiu para evitar dizer que te amava. Que sim, que te queria, que ia estar ao teu lado para sempre, que nunca tinha amado assim, lugares-comuns que se singularizam à luz de um amor maior.
A tristeza, o vazio, a incerteza, a desilusão, elas todas, sempre foram motor único da escrita dela. Escrevia furiosamente para mitigar algo que não conseguia combater de outra maneira que não com palavras. Hoje, por ti, por estar contigo, escreve porque a felicidade é grande demais para estar contida.

- Já pensaste dizer a palavra mágica?
- Já.
- Eu também. Então assim já não precisamos dizer, já sabemos.
- Gosto muito de ti.
- Eu também te amo."

quarta-feira, 24 de março de 2010

Diz Ela, A Tal

"Quero-te ao meu lado para o resto da vida.
Quero poder demorar o meu olhar todos os dias nos teus olhos, nas tuas sardas e nos teus lábios, que ficarão sempre iguais à medida que envelhecermos. E quero poder um dia sentir as rugas da tua pele na certeza de que cada uma delas representa um momento de felicidade. E quero poder ver nos olhos e nos sorrisos dos nossos filhos e dos nossos netos os olhos e os sorrisos que me fizeram amar-te. E mais: quero vê-los crescer, muito senhores do seu nariz, mas muito carinhosos, traços que herdaram da melhor pessoa que conheci em toda a minha vida.
Quero ter a certeza, daqui a muitos anos, que ainda te faço feliz.
Quero poder olhar para trás e ver os momentos maus como prova de que o amor vence nas circunstâncias mais adversas.
Amor, encontrei-te."

Verídico

Existe um semáforo em Coimbra que é suposto acender quando passamos a mais de 50 km/h.
E acende.
Mas acende se for por exemplo 55 ou 60.
Se for 75 ou 80, já não acende.
Há coisas fantásticas, não há?

(Foi um amigo que me disse, é óbvio que eu nunca passo dos 50 dentro das cidades... cof cof...)

Pièce de Résistance: Esse semáforo está a 100 metros dum posto da Polícia :P

segunda-feira, 22 de março de 2010

Afinal não fui só eu que reparei

Escrevi o texto sobre o jogo antes de ler isto.

domingo, 21 de março de 2010

Por Luís Sobral, no Maisfutebol

"Primeiro o óbvio, embora o óbvio, apesar de o ser, tenha escapado a Francisco José Rodrigues Costa (Costinha, no futebol). E o óbvio é, como habitualmente, evidente. Para quem o vê.

Francisco Costa não pode, a um tempo, pretender desmentir uma notícia e dizer que está aberta a caça aos «bufos».

Porque, como deveria ter percebido, ou a notícia é falsa e não há «bufos», apenas um erro jornalístico. Ou a notícia é verdadeira e haverá fontes que a passaram, mas o trabalho do jornalista está correcto.

Francisco Costa, ao deixar escapar o óbvio, pretendeu fazer dos destinatários da mensagem parvos ou simplesmente falta-lhe jeito para a tarefa que lhe ofereceram. Ou, hipótese que sou obrigado a levar a sério, acumula.

Nos últimos tempos, o Sporting teve três directores para o futebol. Um agrediu o melhor jogador do clube. O outro incentivou os adeptos a receberem mal a comitiva adversária. O terceiro, em funções, anda há três dias a acusar de falta de empenho um dos jogadores mais sacrificados do plantel, várias vezes apontado como exemplo. Alguém se importa de explicar o que pretende o Sporting para o seu futebol?

Nesta história de Izmailov, mal contada como poucas, não se percebe por que razão o internacional russo ainda não tem um inquérito disciplinar, se é verdade que tem estado ausente sem razão e não atende o telefone.

A declaração à imprensa de Francisco Costa, este sábado, teria sido um momento triste na história do Sporting se este director para o futebol fizesse parte dessa história. Não faz e se continuar por este caminho nem uma nota de rodapé merecerá.

Dito isto, acho que é altura de eu assumir dois erros.

Quando Bettencourt se candidatou, achei que era a pessoa certa. Até ver, parece que estava enganado. Fala fora de tempo, é incoerente nas decisões e ausenta-se quando o clube mais precisa. Errou ao ligar-se para a vida a Paulo Bento. Errou ainda mais ao despedi-lo. Foi ingénuo ao contratar Sá Pinto e equivocou-se ao aceitar (repito, aceitar) Costinha (hoje Francisco Costa) como rosto do futebol. Nestes cargos é arriscado fazer experiências.

Segundo erro meu. Sempre defendi que os ex-jogadores eram as pessoas certas para dirigir o futebol. Sou obrigado a reconhecer que nem sempre isso fará sentido, pelo menos em Portugal. O Sporting dos últimos tempos tem sido prova suficiente.

Só uma última nota. O antigo jogador Costinha merecerá sempre a minha consideração, sobretudo pelo que fez antes de se tornar provavelmente o futebolista mais caro do mundo (sim, recebeu três anos de ordenado para fazer um único jogo pelo Atalanta). Descontrolado, com mensagens pouco claras e ridículos tiques autoritários, o dirigente Francisco Costa está a demonstrar que pouco o qualifica para o cargo. Este sábado chegou a ser grosseiro. Pelo meio, mentiu.

Felizmente para ele, parece que José Eduardo Bettencourt anda distraído. Ou será que o Sporting pensa que chegará a algum lado com imitações toscas de outras formas de estar no futebol?"

link aqui:
http://www.maisfutebol.iol.pt/desce/costinha-sporting-izmailov/1148973-1498.html

A propósito desta Taça da Liga

O Jesualdo - vocês sabem o quanto o acho incompetente - disse no final do jogo que não viu diferenças significativas entre as equipas de Benfica e de Porto.
Não viu?
Então recapitulemos:
Uma entrou com os habituais titulares. A outra entrou sem 4 deles.
Uma marcou 3 golos. A outra 0 (zero).
Mas para o Jesualdo - o mesmo visionário do futebol que ao intervalo substitui o melhor centrocampista do plantel pelo pior -, isto não é diferença suficiente.
Eu descortinei várias, mas a mais significativa foi esta:
Uma equipa agrediu 5 vezes jogadores adversários. A outra 0 (zero).
A ver:
Bruno Alves com Kardec - depois do 1º golo do Benfica, e generalizadamente ao longo da primeira parte.
Bruno Alves com Aimar - quase no final da primeira parte. Bruno Alves tenta pontapear Aimar. Leva amarelo. Aimar ri-se. Leva amarelo. É justo.
Bruno Alves com Cardozo - quase no final do jogo. Cotoveladas a disputar bolas aéreas. Nada de novo, portanto.
Raúl Meireles com Carlos Martins: Meireles pisa adversário depois de fazer a falta que viria a dar o 2º golo.
Raúl Meireles com Kardec: pisa-lhe a canela no início da segunda parte.

Acabaram ambos o jogo com um amarelo. Tal como o Aimar, que se riu.
Durante o jogo e no fim dele.
Principalmente no fim, riu-se ele e ri-me eu: acho que devia levar amarelo também.
É justo.
Saber aceitar a realidade quando somos menos fortes do que já fomos é uma virtude.
E há outra diferença: 11 pontos. Mas isso é para discutir no próximo Sábado, não é hoje.

A propósito da Taça da Liga, lembrei-me disto

domingo, 7 de março de 2010

Metro Baixa-Chiado

Juntámo-nos.
Foi um dia especial.
Amigos ligados, antigos colegas, pessoas demasiado indescritíveis.
Naquela agora mítica estação, depois de tarde e jantar bem regados, cantámos vários espalhados pelas escadas rolantes acima, de forma genuína. O eco. As pessoas no meio de nós, pasmadas, ao ponto de uma delas explicar para a companhia que levava:
"É Coimbra, aquilo lá é assim!"
É sim, senhora.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Acho engraçado

A Sporttv tem um programa chamado "Só Golos" ao domingo à noite, com os resumos dos golos da jornada. As ligas nacionais são na primeira parte, e na segunda as internacionais. O que é que isto tem de especial?
É que no final da primeira o apresentador despede-se sempre dos espectadores da Sporttv África. Não percebo por que razão eles não podem ver os jogos da Europa.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

The Beatles - Blackbird - Own Version

A versão original



A minha pseudo-versão



Eu não sou o Paul McCartney, nem nada que se pareça. Mas se estivesse à espera de ser nunca mais punha vídeo nenhum.
Há falhas e não há unhas, ainda. Mas hoje é um dia especial, e esta é também uma prenda de anos. Enfim... "se tiveres de te espalhar, que seja à grande".

P.S. A prenda é modesta, mas é de boa vontade. E a pessoa que fez anos fez questão de entrar no vídeo mandando uma mensagem que se ouve pelo meio.
Muitos parabéns :)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Por falar em paneleirices (o cão inspirou-me)



esqueçam o facto desta música ser dirigida a um homem.
Até que é gira.

A necessidade é f... lixada



Isto é um galo, não é?

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O meu Benfica

Ganhou o direito a ter a margem de erro total no jogo mais difícil do campeonato - o do Dragão.
Se fizerem o que lhes compete nos outros jogos - atenção às recepções a Sporting e Braga -, podem lá perder e ser campeões sem espinhas.

(Tinha um desejo secreto que festejássemos a conquista do título lá, mas parece-me sonhar alto)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

I miss summer

Tenho saudades do Verão, do calor, do bronze e das sardas, da praia, do sal no cabelo, de não ter de fazer a barba.
Esta chuva e este frio não dão com nada.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Força Rui Patrício







Se este gajo (ainda) joga no Arsenal, podes ter esperança na tua carreira.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Quero

Quero que o Guarda-Redes do Arsenal de hoje jogue no Herta de Berlim amanhã.
Se fosse possível.
Obrigado.

Estou farto

Da publicidade dos hipermercados.
Já compro coisas só naqueles que não me chagam o juízo com cantigas e promoções todo o santo dia.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Estou casadoiro

Se eu tivesse casado com o exacto número de dias de vida com que o meu pai se casou ter-me-ia casado no dia 11 de Janeiro deste ano. Não é assustador?
Resta-me o facto da minha mãe ser quase 3 anos mais velha que ele.
Caso me guiasse por ela, então casar-me-ia no dia 21 de Novembro de 2013.
De qualquer forma, estou casadoiro, como diz a minha avó.
"Ainda ontem te mudava fraldas e já estás casadoiro. Ai, como o tempo passa..."

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Nascar

Hoje começa a nova época. Gosto sempre.
As ultrapassagens, a velocidade, o acidente presente a qualquer momento. Acima de tudo, a cabeça fria e a estratégia. Adoro desportos motorizados, bolas.

Estou bem

Já tinha saudades.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Há qualquer coisa de mágico no verbo desavir

Eu desavenho-me poucas vezes.
Fico sempre mais envergonhado quando me desavenho em público. Normalmente as pessoas quando se desavêm fazem algum barulho e deixam as outras incomodadas. Felizmente quase nunca me desavenho sozinho - escolho alguém especial para se desavir comigo.
Quando são duas pessoas especialmente barulhentas, as outras comentam que elas se desavieram ao mesmo tempo. E às vezes basta uma delas ser mais sensível para se desavir num instante.
"Não te desavenhas comigo!", pedem as mais exigentes. Normalmente as mulheres são capazes de se desavir mais vezes que nós, e com mais força, inclusivé umas com as outras.
Nessas alturas o saco enche, e o que pensamos é mais ou menos isto: "quando eu me desavier, vais ver..."

Confirmem aqui, suas mentes perversas.
Este texto faz sentido :)

Os meus joelhos

São criações muito raras.
Gostam muito de descanso e de calor, e detestam trabalhar a frio. A palmilha debaixo do pé direito faz com que agora tenham ambos as mesmas dores, o que alivia o esquerdo e pressiona o direito.
Os meus joelhos têm 15 minutos obrigatórios de bicicleta antes de fazerem qualquer exercício no ginásio. E detestam maus jeitos. Quando eu não cuido deles, é ouvi-los estalar ou senti-los dar de si, como que dizendo
"queres ver, que é desta que eu me desconchavo?"

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Meu amor

Meu amor,

Perdi o jeito para te fazer cartas, sabes?
Antigamente, quando te encontrava no mais fundo de mim, tinha muito que te dizer, e quando me faltava ia buscar numa prosa ou num verso qualquer as palavras adequadas. Nunca faltou quem escrevesse de ti, mesmo que não para ti em particular, que és só meu, mas para esse amor que era sempre de quem o escrevia.
Mesmo nas épocas em que nos desencontrámos, tu existias. O meu amor era apenas a ideia de ti, essa ideia que outros tinham já concretizado em alguém, e que eu já tentara concretizar também, sem sucesso. Nesses tempos, estavas em toda a parte, meu amor. Nunca, por respeito a ti, chamei meu amor a quem não fosse essa representação do que tu és e tão bem sabes ser, de tão único.
Por não te ver concretizado, por não te ter ainda senão dentro de mim, e nunca de mão dada comigo, ao meu lado, para que toda a gente nos visse, e pudesse aproveitar as prosas ou os versos que fizessemos, não te escrevia. Pelo menos não a ti.
Escrevi várias vezes sobre ti, de facto. Fiz votos para que viesses, fosse como fosse, transformar toda a minha teoria em prática, toda a minha tempestade em bonança, todo o meu desejo em posse. Exaltei-te para não me esquecer de como eras, guardei as cartas antigas que te tinha mandado, mesmo aquelas cujas palavras agora nada significavam para quem as houvera lido.
Importava o que era escrito muito mais do que o destinatário. Porque afinal, esse amor é sempre de quem o escreve, muito mais do que de quem o lê.
É engraçado como, por isso, ao longo do tempo te vou escrevendo menos, e melhor. E de como vou escolhendo melhor a maneira como te concretizo, a tal ponto que a partir de certa altura deixo de escrever em teu nome e começo a dar-te o nome da pessoa em que te projecto.
Hoje é o dia em que espero escrever-te pela última vez. Tal como todos os outros dias em que decidi dar o teu nome à pessoa a quem eu escolhi dar a mão e que ficou ao meu lado, para que toda a gente nos visse. Vou passar a escrever-lhe a ela, vou passar a fazer cartas com o nome dela por todo o lado, por entre prosas ou versos meus ou de alguém.
Hoje é o dia em que o teu nome volta a ser um nome de mulher. E essa mulher sabe o seu nome, mas acima de tudo sabe que como quer que eu lhe chame, estou a chamar-te a ti.
Obrigado, meu amor, por seres nela.

Até sempre.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Perfeição



A humildade do festejo desconcerta-me. Parabéns ao Chaves.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Digo eu

Já se sabe que depois da tempestade vem a bonança.
Não é isso que eu adoro.
Adoro o facto da bonança ser feita de pessoas. E de hambúrgueres do McDonalds.
:P

Say Cheese

Cheguei a casa de espírito confortado, mas com o estômago a dar horas. Olhei para a banca... para o frigorífico... cortei uma fatia inteira do pão de cereais que a mãe faz na máquina cá em casa - melhor electrodoméstico alguma vez adquirido depois do frigorífico. É uma maravilha.
Barrei com queijo Philadelphia. Dobrei a fatia pela metade e separei as duas metades: aquela era a cobertura. Entre as duas metades... pus queijo fresco. Acompanhei com um iogurte delicioso, daqueles da Adagio, que têm 2 ou 3 sabores num.
Com tanto derivado do leite, é difícil que sofra dos ossos.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

'Tá bonito (e não é fácil)



(as vozes são muito diferentes umas das outras)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Chamem o 112

Lembram-se deste jogo?
O FCPorto x Sporting de hoje fez-me lembrar dele.
Há muito tempo que não via uma equipa pôr-se tão a jeito de ser humilhada. Foram 5 golos num jogo que só teve 60 minutos, porque a certa altura já não valia a pena bater mais nos ceguinhos.
Foi um atropelamento, e ou muito me engano ou ficaram mazelas graves.
Chamem o 112.

P.S: menções honrosas para Liedson, João Moutinho, Miguel Veloso, João Pereira e Izmailov.
Eles não têm culpa, jogam é sozinhos. E sem guarda-redes.

Edit: obviamente que os jogos do Benfica estão excluídos desta análise.
O Benfica dá demasiadas goleadas, já não serve de exemplo.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Carlos Martins e eu.

Enquanto assisto a jogos do Benfica, tenho de me esforçar para não falar.
Principalmente em público.
E principalmente quando joga o Carlos Martins.
Lembro-me bem do jogo no Restelo em que ele entrou e levou dois amarelos em 20 segundos de tempo útil de jogo. Lembro-me das inúmeras lesões musculares que ele teve (e ainda tem e há-de ter). Lembro-me de dizer, quando ouvi que ele vinha para o Benfica, que ia deixar de apoiar o Benfica quando o Carlos Martins jogasse.
Ele desespera-me.
Este jogo com o Guimarães foi só um jogo, mas ele é sempre assim. Ora se espera uma bomba do meio da rua ou que reclame com um colega que não passe a bola ora se o vê a levar amarelos porque se ri do árbitro ou porque se lembra de pôr a mão à bola ou porque não percebe que já não chega a tempo à bola ou por uma outra infantilidade qualquer.
Não gosto de alguém que me surpreenda pela positiva para depois me espantar e desiludir com a coisa mais ridícula e que menos faz sentido - e que se repercute em muito mais do que em si mesmo. É como pintar o mais belo dos quadros e borrar a pintura toda depois. Por sorte o Guimarães não empatou o jogo, mas é por coisas destas que se perdem campeonatos.
Portanto vou aproveitar o melhor momento do Carlos Martins no Benfica para reiterar que lhe falta o que o Coentrão levou esta época: uma lavagem cerebral, que o faça ter a calma suficiente para discernir entre querer ganhar ajudando a equipa ou querer ganhar prejudicando-a. E que, enquanto faltar isso, ele não serve.
Não é tão difícil assim.

I'm glad I'm not



My guess is that I won't be the last either.

domingo, 31 de janeiro de 2010

sábado, 30 de janeiro de 2010

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Nascer com bom gosto

A melhor coisa que me aconteceu na vida.
Morenas, loiras, ruivas, mais velhas, mais novas, olho claro, olho escuro, altas, baixas, É IGUAL.
Desde que se mantenha a elegância, a proporcionalidade, o interesse.
As raparigas que estão interessadas em saber o que é benchmarking estão no post ideal.
Por ordem aleatória:

Charlize Theron
Irina Sheik
Megan Fox
Christina Hendricks
Alessandra Ambrosio
Adriana Lima
Rosie Huntington-Whiteley
Izabel Goulart
Noemie Lenoir
Candice Swanepoel

Não é preciso agradecerem :)

"Tu é que sabes"

Há qualquer coisa de mágico em dizer "tu é que sabes".
Dizê-lo com o tom certo, com o desprezo que qualquer decisão de outra pessoa, feita sempre numa pespectiva singular, nos merece, é como fazer um lob a um adversário que subiu à rede para ver se nos pressiona, porque quer acabar logo com o ponto.
Ele pensa que nos tramou, e lixa-se. Nós ganhamos o nosso pontinho com a pancada que, no fundo, só se fez porque ele nos quis tramar, e que doutra maneira seria um suicídio. Portanto, prova do seu próprio veneno. Ele perde o ponto da maneira mais humilhante que há, e todos à volta aplaudem naquele momento de rara beleza.
Se a vida fosse um jogo, era ténis.
E se eu jogasse ténis, fartava-me de fazer lobs.

[Sim, eu tenho mau feitio quando me pisam os calos]



ou este, que é melhor ainda

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Toda a vida é um ciclo gástrico

Há dias em que penso, penso, penso e não sai nada. Não é que esteja a fazer um esforço para arranjar algo para escrever - ocorreu-me to come up with something antes da expressão em português - mas exactamente o contrário: há dias em que tenho tanto para dizer que me sufoca, as palavras atropelam-se tanto na mente que não arrisco em vomitá-las em voz ou no teclado.
Normalmente estes dias são pautados por alguma reflexão, sempre involuntária.
O que me vai acontecendo rumino até ao momento em que se enche o saco - o bucho, na metáfora - e não dá para não pensar mais. Nessas alturas, nesses dias, não gosto de mim. Porque se algo fosse realmente importante de ser pensado sê-lo-ía com naturalidade, fluiria tão depressa para fora de nós como em nós havia surgido. Na metáfora, era processado intestinalmente, sendo absorvido o que interessava e expelido - esquecido - o restante.
Ruminar é mesmo o termo correcto. Por definição, só volta à boca para acabar de ser mastigado o que nos custou a engolir. E que convém fazê-lo com calma, num sítio sossegado, sem ninguém a ver.
Objectivo último? Fazer com que ruminemos o menos vezes possível. E para isso o nosso estômago é fundamental: é como diz o povo, é preciso "ter estômago" para engolir "sapos vivos" e para os processar nos termos supracitados.
E - eis a cereja, eis a cereja - com quem aprendemos a ruminar?
Com as cabras.

Há metáforas fantásticas, não há?

O caso das escutas

Sobre o caso das escutas apenas tenho a dizer que, mesmo sem elas, o Porto seria sempre a melhor equipa portuguesa dos últimos 15 anos - talvez sem uma hegemonia tão clara, alguns argumentarão - mas ainda assim a melhor. Portanto não havia necessidade nenhuma disto, a não ser uma ganância mórbida e uma falta de escrúpulos inqualificável.
Sobre as pessoas envolvidas, nem uma palavra.
Este é um blogue com gosto, não é uma merda qualquer.

O caso Sá Pinto

Sá Pinto é um homem, e todos os homens erram. Não obstante, Sá Pinto é um homem que, quando erra, erra em grande.
Primeiro porque quando erra toda a gente sabe, ou toda a gente acaba por saber, ou seja, porque o erro tem um impacto potenciado pelo número de pessoas que se apercebem dele e pelo pormenor com que ele é relatado; depois, e fundamentalmente, por ser um erro já cometido e do qual já devia ter tirado melhores ilações.
Foi uma estupidez, e não foi a primeira. Diz-se que à segunda só cai quem quer, e é isso que me preocupa. É que se o Sá Pinto quer fazer carreira como líder, tem de moderar esta vontade de dar nos cornos a toda a gente: para além de todas as coisas óbvias que podiam dizer-se aqui, e que vocês já sabem, se no caso do Artur Jorge ele não podia fazer mais nada, neste ele era superior hierárquico do Liedson: com um bocadinho mais de calma e de jeito via-se livre dele mantendo a imagem e sem demasiado esforço, se de facto o quisesse queimar.
Porém, devo dizer que como benfiquista e pessoa com especial gosto pela ironia sinto-me bastante contente com o bom gosto de Sá Pinto em escolher os seus alvos: se o primeiro destruiu a equipa do Benfica em dois anos, depois do título de 94, o segundo destrói constantemente a defesa do Benfica, tendo um gosto especial em marcar contra o Glorioso.
Por isso, senhor Sá Pinto, amigo do coração, aconselho-te a repensares esses impulsos para bem da tua carreira como dirigente. E caso não estejas interessado... não achas que o Falcão tem mesmo carinha para levar uns sopapos? Pensa lá nisso.
A malta agradece.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Coisas

Um pobre que pina muito tem o respeito e a admiração de todos os pobres que queriam pinar tanto quanto ele.
Um rico que pina muito tem uma adição sexual grave, e tem a pena e o pesar de todos os outros ricos que percebem o quão grave é este problema de saúde. "Coitadinho", muitos dirão.

E vocês, ainda querem ser ricos?

Todo um caminho de aprendizagem

Tentei resumir numa palavra o que queria ser agora.
Procurei por essa palavra no dicionário, e obtive sinónimos. Procurei os sinónimos favoritos e assim sucessivamente, até ter palavras que chegassem. Eis o caminho:

Tranquilo.
Firme.
Seguro.
Prudente.
Discreto.
Modesto.
Recatado.
Confiável.
Fidedigno.
Despretensioso.
Resoluto.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Alguém grande


Let's talk about hope, shall we?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

"We're doing Blackboard, lovely"

Coisa boa, esta, a de se ter um professor de música com gosto.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

"Quem não estorva... muito faz"

O simples facto de existirmos incomoda muita gente.
Quando nos mexemos fazemos barulho, o nosso corpo ocupa espaço, a nossa presença inibe, a nossa concorrência pode causar ciúmes, a nossa fotografia pode trazer más recordações, o nosso cheiro pode causar náuseas, o nosso hálito repugnância, os nossos olhos embaraço, a ideia de nós um nó na garganta difícil de engolir. Ele é germes, é vírus, é micróbios, é um fartote. Nem vou falar das nossas ideias, opiniões, hábitos, etc, etc, etc...
Portanto, antes de nos preocuparmos com sermos o melhor possível para quem deseja que o sejamos temos de garantir que fazemos essa mesma vontade a quem não nos quer ver nem pelas costas.
É o chamado "bem comum".

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Senhor Kobe

O que sou eu

Estava na praia da Oura, numa das muitas férias que passei no Algarve. Naquele dia em especial, estava lá porque estava com um amigo, porque o pai desse amigo tinha comprado uma semana de férias num dos condomínios uns anos antes. O pai dele comprou-a porque lha ofereceram, já não me lembro bem em que contexto, mas que também teve a ver com amigos dele.
Estava lá naquela semana porque era aquela semana que ele tinha comprado, e não outra.
Estávamos juntos porque, de todos os sítios que tínhamos para nascer no mundo, nascemos a 500 metros um do outro.
Nascermos a tão pouca distância também não é coincidência. Aconteceu porque o pai do pai do meu amigo decidiu vir morar para a nossa santa localidade, trazendo os seus filhos e esposa. E porque o meu pai e mãe, nascidos e criados a 100 metros um do outro, também juntaram trapos contra aquilo que cada um deles tinha imaginado até se dar o "clique" em que tudo muda.
Podia divagar aqui nas razões que levaram o meu pai e a minha mãe a nascer aqui, a serem amigos, no conjunto de acontecimentos que os levaram a olhar um para o outro com "outros olhos" a partir de certa altura, eles que sempre tinham sido apenas amigos. Mas teria de falar também nos meus avós, bisavós, trisavós, de todas as pessoas e acontecimentos nas suas vidas e que, tendo em conta o timing e as consequências, levaram a que tudo tivesse acabado por acontecer da maneira que aconteceu.
Todas as pessoas são o resultado daquilo com que nasceram acumulado com as experiências que tiveram, as que escolheram e as que não escolheram, e todas essas experiências, tudo o que lhes acontece, vêem, ouvem, sentem resulta da conjunção de milhões de acontecimentos passados que, duma maneira única proporcionaram a que tudo acontecesse... assim.
De facto, se eu fosse uma pessoa exaustiva teria de estudar não só toda a minha àrvore genealógica mas também a do meu amigo. E acabaria, caso tenham existido, no Adão e na Eva.
Pensem comigo, se a Eva não tivesse trincado a maçã, e tivessem por isso sido expulsos do paraíso, não teriam procriado, os meus trisavós não teriam criado os meus bisavós, que por sua vez não teriam criado os meus avós e consequentemente os meus pais não estariam sequer cá para me criar a mim.
Portanto a culpa de estarem a ler este texto neste preciso momento é também da puta da Eva, que tinha tanto fruto para comer no paraíso e decidiu que tinha de comer precisamente aquele que era proibido. Dela, e da história da Humanidade, que assim como me gerou a mim tal e qual como sou gerou-vos a vós tal e qual como são, ao senhor que descobriu a electricidade, ao senhor que inventou o computador, ao senhor que inventou a internet e ao senhor que inventou os blogues. Estou certo de nesta altura já ter passado a minha mensagem: um pequeníssimo pormenor diferente na história de qualquer pessoa que tenha pisado o planeta Terra mudaria para sempre a sua história, e quiçá não permitiria que vos escrevesse, e que me portanto me lessem, hoje.
É o chamado "efeito borboleta".
Mesmo quando temos hipótese de escolha, as nossas escolhas são condicionadas: eu escolho para onde saio à noite, mas não posso ir sair a Bruxelas, porque não tenho meio de lá chegar sem mais nem menos: vou a Coimbra porque nasci aqui perto, e nasci aqui perto por tudo o que já expliquei. Mesmo admitindo que Coimbra é a única opção, vou a um bar porque alguém o decidiu abrir, porque antes disso alguém tinha decidido construir um edifício ali, etc, etc, etc...
Isto passa-se para todas - todas - as situações com que nos deparamos. Da mesma maneira que Eva mudou o mundo quando trincou a maçã, o meu pai mudou o mundo quando pediu a minha mãe em casamento, todas as pessoas são capazes de mudar o mundo por todas as escolhas que façam, sendo que o mudam também quando não as fazem.
E naquele dia, na praia da Oura, em que a vida me proporcionou que eu a visse, linda como nunca tinha visto igual, de biquini preto e calças pretas e aquele corpo de pasmar, eu sabia que tinha uma escolha que podia fazer porque tudo se tinha conjugado para que, em última análise, ela se tornasse naquilo em que se tornou: a única mulher a poder dizer que me teve antes de todas as outras.
Basicamente, esta teoria determinista, que consegue explicar como o passado evoluiu para o presente conseguiria determinar o futuro, caso houvesse possibilidade de envolver nessa equação todas as experiências de todas as pessoas do mundo. Felizmente, isso é impossível. Muito embora não se consiga adivinhar o futuro - há uma série de ciências ocultas que me desdizem, atenção - eu sei que, em cada coisa que faça ou que deixe de fazer, eu estou a moldar, de acordo com o quanto a vida mo permita, o meu futuro, e o futuro da Humanidade.
E o mesmo vale para vocês.
Portanto não sejam como a Eva, que não sabia o que fazia: assumam essa responsabilidade.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Bolas!

Não é todos os dias que se sobem as monumentais com zero graus.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Os contos de fadas

Como quase todos os dias faço antes de deitar, dou uma volta pelos "meus" admirados. Ao ler este post da Rosa, lembrei-me não só de quem me roubou o meu conto de fadas mas também do como... e não achei isso o mais importante.
Este blogue nasceu 3 meses e pouco antes desse acto pérfido, perpetrado num 21 de Janeiro em que não se celebra nada mas que está aqui guardado, não porque demasiado importante, mas porque impossível de se esquecer. Mais do que nesse dia, está inscrito nele ao longo dos mais variados meses seguintes, quer na forma de ausência de posts, de posts de ausência, de revolta, saudade, incompreensão, e mais tarde resignação, remodelação e crescimento.
O mais importante foram sim as marcas que resultaram desse processo. Hoje, no lugar onde deveria ver virtudes eu vejo defeitos; a magia e a admiração pel' "a tal" foi substituída pela teoria muito afamada da abertura em leque, segundo a qual não só há mais do que uma mulher capaz de nos seduzir ao ponto de nos "apanhar" como também - e aqui é que está a questão - podemos ser capazes de estar perfeitamente receptivos a ser "apanhados" por mais do que uma até ao momento final, em que, presa inocente nos dentes de tão feroz animal, nos deixamos arrastar para o seu ninho de amor, onde presumivelmente nos vai comer. Metafórica e literalmente, para nosso bem.
Só aí - e por tempo indeterminado, porque já não há nada que dure para sempre, como antes do roubo - é que estamos com alguém. Reparem, não somos com alguém: estamos. E a essa pessoa, à pessoa a que antes do roubo se dizia aquilo que se pensava, sem limites - porque afinal, a falar é que nos entendemos e conhecemos - hoje conta-se apenas aquilo que ela precisa de saber. Já não se-lhe diz que existem outras miudas com o rabo bom, muito embora nunca nos tenha passado pela cabeça deixar de ter o dela. Metafórica e literalmente, para bem dos dois.
Hoje, findo o conto de fadas, esperamos pelo fim das coisas em vez de lhes aproveitarmos o meio. Protegemo-nos porque arriscar, a maior parte das vezes, não compensa. Hoje admiramos quem é louco o suficiente para pedir a namorada em casamento a meio de um concerto, porque isso só pode ser para gente que vive num conto de fadas, esquecendo-nos que já houve tempos em que estaríamos dispostos a fazer exactamente aquilo ou qualquer outra coisa que fosse para o vermos tornar-se realidade.
Há quem chame crescer, há quem diga que é a maturação. O mundo não é como nos contos de fadas, e ser adulto é ter noção disso. Resta-nos a esperança que haja cantinhos do mundo com pessoas dentro, onde, nem que seja por breves instantes, podemos construir histórias que - não podendo nunca mais ser um conto de fadas - sejam bonitas ao ponto de nos lembrar um.
Mas até lá, infelizmente, sou obrigado a deixar-vos com uma sábia frase de um amigo, que de tão exagerada é mentira, mas que, ainda assim, reflecte a maneira como os homens que já tiveram essa experiência sentem o sexo oposto:

"Há dois tipos de mulheres: as putas, e as que voam.
E eu nunca conheci nenhuma que voasse."

domingo, 3 de janeiro de 2010

Reparem bem



A partir dos 40 segundos.
A técnica. O mergulho. O olhar para o árbitro.
A felicidade dum penalti por bater, como se já tivesse ganho algo.
A conversão da grande penalidade. Aquela recarga.
Um avançado de selecção. Coisa fina.

É por estes - e por outros - que os vamos buscar ao Brasil.
Que assim continue a ser.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Vou ali procurar-me com calma

Não sei quanto tempo demoro.