terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Não ter paciência

Trrrriiimmmm; Trrrriiiimmmm;
Ela atende e diz:
Tava aqui a comprar a prenda, mas são seijeuros.
(Esta é a parte onde eu paro e olho para ela)
Sim, são seijeuros, compramos ou não?
(E eu a pensar por favor fala baixo e diz seis euros. Seis. Euros.)
Está bem, prontos, então a gente não compra.
(Prontos, desisti aqui)


É ísso e dizer quinhentochinquenta.
Irrita-me.

Palhaço, só?

Alguém que dê um murro ao Pedro Henriques por mim, por favor. Aquele senhor que tirou dois pontos ao Benfica hoje.
Nos olhos.

Agradecido.

Timing

Fatalmente, todos vamos ter momentos maus. Acontece mais ou menos, mas acontece sempre.
Na minha opinião, um líder não é a pessoa que menos tem momentos maus, mas sim aquela que, tendo-os o menos possível, consegue controlar-se de maneira a ser forte quando toda a gente à volta está mal para se permitir ser mais fraca quando todos estão bem.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

True

"It's ok not to be fine sometimes"

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A memória

Estava hoje a olhar para a minha bisavó quando me apercebi que a memória tem todo um alcance temporal que eu desconhecia: a memória não serve só para nos retribuir do passado, do que fizemos e dissemos com tudo o que de bom e de mau isso possa trazer; mais que isso, permite-nos preparar um futuro onde desgraçadamente nos vai faltar algo do que temos hoje e que, por isso mesmo, lá guardamos.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Is somebody out there?

Não é a falar de OVNIs, não. É mesmo de vocês.
Começo a pensar que se calhar o free hit counter lá em baixo está a inventar visitas para me deixar contentinho. Digam pouco, digam mal, digam o que quiserem, mas digam, porra :P

Condição necessária mas não suficiente

Os cães ladram. Eu ladro. Eu sou cão?
Claro que não sou.
Pode parecer que a dedução é estúpida, mas se calhar se estivermos a falar de outras coisas que não cães podemos cair nelas facilmente. Neste caso, qual é a falha?
Ser cão não é equivalente a ladrar. E pensam vocês "mas que raio, todos os cães ladram!"
Certo. Ser cão implica ladrar, mas ladrar não implica ser cão, e portanto as coisas não são equivalentes - para o serem, a correspondência teria de funcionar nos dois sentidos. Há, na verdade, quem consiga ladrar sem ser cão (eu, no exemplo).
Querem outro? Concordar implica não discordar, mas não discordar não significa concordar. Na verdade, podemos não tomar posição nenhuma ou manter uma opinião neutra, pelo que não discordamos sem concordarmos.
Para ser cão tem de se ladrar, mas isso não basta, porque há mais quem ladre. Ladrar é condição necessária mas não suficiente para se ser cão. Todo o homem é mamífero, mas nem todo o mamífero é homem: ser homem implica ser mamífero, o contrário não se passa; ser mamífero é condição necessária mas não suficiente para se ser homem.
Serve tudo isto para explicar à minha mãe que nem sempre quando eu digo que a comida não está tão boa como habitualmente equivale a dizer que está má; que nem sempre estar ao computador equivale a jogar FM; que nem sempre estar com os amigos no café equivale a beber minis como se não houvesse amanhã; serve para explicar à minha gaja que nem sempre dizer que outra miúda é bonita equivale a estar atraído por ela, que nem sempre dizer que o outro penteado lhe ficava melhor equivale a dizer que está feia, ou que nem sempre que se diz que ela não agiu da melhor forma queira dizer que tenha agido mal; serve para explicar ao meu banco que nem sempre gastar muito dinheiro equivale a gastar mal o dinheiro; serve para explicar às pessoas que nem sempre o que parece, é, e que ninguém está livre de deduzir coisas erradas por muito que se explique o contrário.
Serve para explicar a maior desilusão que encontrei no mundo desde que deixei de ser criança: sabermo-nos explicar bem é condição necessária mas não suficiente para sermos bem entendidos.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Clicar no link, sff (II)

Se um dia um filho me perguntar:
"Oh pai, o que é ser do Benfica?"
Eu vou responder-lhe: lê isto

(tentem só não chorar, e vão ver que é impossível)

O milagre da Natureza

Gosto muito de quando há algo que despoleta o querer abordar de um assunto em mim. De escrever não apenas porque me lembrei mas porque houve algo que me lembrasse.
Estava eu no Sábado à noite num bar, num grupo grande de amigos
- mas vá-se lá saber porquê, costuma acontecer quando mais ninguém vê -
quando, como a sede apertasse, me lembro de ir ao balcão pedir um fino.
Podíamos estar aqui a discutir se um fino de euro e meio pode ser servido em copo de plástico, mas não adiantava nada. Como o balcão era pequeno e eu sou um gentleman
- já agora, em modéstia sou um verdadeiro campeão -
decidi não andar feito boi às marradas às pessoas para tentar ter o dito fino 30 segundos antes do que se tivesse estado sossegado na minha vez.
Decidiu o divino compensar-me com tamanha gentileza. Não fosse o meu nobre acto, não teria assistido ao que se seguiu e que influenciou toda a feitura deste texto.
Ao chegar próximo do balcão, foi impossível não reparar numa rapariga - dos seus quê, 28/30 anos? - que já lá estava encostada, e que esperava também a sua vez. Naquela metade do balcão eu acabava por estar a seguir a ela, e depois de toda a gente. Não tardou que fosse atendida: pediu duas bebidas brancas traçadas com sumo, que o atarefado barman demorou uns segundos a preparar. Neste entretanto entre ter pedido e receber, junta-se-lhe uma amiga mais velha, e estabelece-se uma conversa curta entre elas que eu não entendo, por culpa da música. Percebi, apesar de tudo, que devia ser do género
- "Pediste para mim?"
- "Pedi".
Não enganemos ninguém: eram as duas bastante atraentes. E o bastante é um eufemismo.
Para além do impacto físico, parecia-me (e eu tenho bastante jeito para topar estas coisas) que havia ali uma... uma "aura" interessante com elas (com cada uma por si, e com as duas ao mesmo tempo, salvo seja).
Vai na volta eu devo ter estado de olhar perdido pelo bar a pensar nisto, enquanto de vez em quando as mirava, absorto num misto de "ora aí estão duas amigas interessantes", "as mulheres vão acabar por dominar o mundo" e "nunca mais peço o fino, porra!". A amiga mais velha deve ter achado piada ao conjunto de pensamentos que ela descortinou em mim, principalmente aos dois primeiros. Porque eu sou assim, quando eu faço uma cara toda a gente me lê e quanto mais eu tento disfarçar, pior.
A amiga mais nova, a primeira, estendeu uma nota para pagar as duas bebidas. A mais velha sorri para ela, confiante e matreira, olha de soslaio para mim
- ainda hoje não sei se propositadamente provocante ou apenas por reflexo -
e ambas dão um beijo na boca, só de lábios, e sorriem de orelha a orelha, desta vez ambas, a seguir, para por fim vir o troco
(ainda pensei não pôr o verbo vir aqui, por razões óbvias).
Tive impressão que estava toda a gente distraída e mais ninguém reparou. Pelo menos, não na cena desde o início, como eu.
Devo dizer que nunca foi fantasia minha estar com 2 mulheres ao mesmo tempo. Há demasiados perigos: que elas se zanguem para ver qual tem mais de mim que a outra (embora eu jurasse compensar na próxima); que isto não chegue para as duas e elas se safem sem mim; e pior, que mesmo que isto chegasse para as duas elas se safassem sem mim. Para além disto, quando uma mulher é completa as demais só atrapalham (no que à cama diz respeito), e por último, quem precisa de duas cabecinhas a arranjarem ciúmes e problemas quando se pode aturar só uma?
Posto isto, devo também dizer que as percebo perfeitamente. Apesar duma amiga minha me relembrar que se eu fosse mulher não saberia o que perdia em não o fazer com um homem, eu continuo a achar que mesmo que não fosse homem não deixaria de gostar de mulheres: seria lésbica, sem a menor dúvida. Mais a mais, entendo que a atitude até pudesse existir só para ter o seu quê de provocatório e me testar a reacção.
Portanto, o que me atraiu na cena não foi o beijo em si, mas o que quis confirmar: penso para com os meus botões que o verdadeiro milagre da Natureza é as mulheres, apesar de tudo, precisarem de nós. E mesmo que não precisem de alguns de nós, a maior parte delas ainda estão convencidas que sim (estão a ver a dimensão do milagre?).
É um milagre que elas, tão inteligentes que são, ainda confessem umas às outras tanta coisa que são - o que são elas e o que são as outras, nem sempre nos termos mais respeitadores.
É um milagre que ainda se vejam mulheres sofrer horrores por homens que, para além de serem homens (blargh!), ainda são dos piores (que falta de gosto terrível!).
É um milagre que nós sejamos em geral mais simples e mais leais para com o nosso próprio sexo. Que algumas delas saibam disso e consigam ser connosco no feitio - acabando por ter sempre mais amigos homens que mulheres, para inveja alheia - sem perder a feminilidade.
Mesmo tendo em conta a importância do homem como factor atenuador dos impactos das mulheres no mundo, e como um complemento a elas - para que este mundo não fosse um galinheiro pegado -, é um milagre que um sexo que tem as capacidades potenciais para dominar o outro em quase todos os aspectos não se una, e se incapacite entrando em conflito em si mesmo: fossem sempre todas as mulheres como aquelas duas amigas do bar o foram naquele momento, e todos os homens estariam arruinados.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

"Palhaço, palhaço, palhaço!"

Qual a melhor coisa coisa que se pode fazer quando o Benfica vai marcar um golo?
Parar a jogada (e impedir que o golo se marque!) que anteriormente deixámos seguir precisamente porque era um lance de golo eminente, marcar a falta à qual fizemos vista grossa, e não expulsar o meco que a fez - que por acaso já tinha amarelo. E para completar? A cereja no topo do bolo: expulsá-lo mais tarde, num lance que não tinha nada a ver.

Tecnologia? Qual tecnologia? Câmaras na balizas? Sensores nas bolas? Foras-de-jogo tirados a milímetro?
Quando a ciência conseguir aumentar QIs, dum valor residual para um razoavelmente aceitável, eu passo a acreditar na arbitragem em Portugal.