sexta-feira, 22 de agosto de 2008

The fastest (II)

Palavras para quê?
Cilindrou o record do Michael Jonhson... com o vento contra de um metro por segundo.

estátua ao homem, é tudo.

Hora de calar

Palavras caídas no tempo levadas em prosa por ti
O vício do roubo da alma que te faz apoderar de mim
Certas no momento em que saem, apenas por estares aqui.
Fugidias e vãs quando sais, porque as levas aí dentro, assim.
Desengano-me que quando entres as vás repetir duma forma
Que não tenhas já tentado quando entraste outrora;
Engano-me pensando que o bom filho à casa torna:
São bonitas, és bonito, és sempre amado aqui.
Levava-las tu convencido que não as sabias guardar até
Ao dia em que o que disse não se mantinha já de pé.
Fardo pesado, que carregavas quando me deixavas para trás
Com elas ou comigo arcavas, que qualquer diferença não faz;
Palavras que eram minhas e tuas sem nossas nunca terem sido
Eu carreguei-tas e dei-tas para que entender as possas
E tu só as levavas e trazias de volta, iguais às que deixaras à porta
E tu só as levavas e trazias de volta, sem nunca as ter ouvido
Só as levas e as trazes de volta, sem nunca as teres entendido.

The cutest


Depois de ser campeão do Mundo com 17,74 o ano passado, é campeão olímpico com 17,67 agora.
Foi - e já o era antes disso - merecedor do lugar de porta-estandarte da comitiva, pelo atleta que é, sem dúvida, mas pela inteligência no trato que transparece, também.
Teve o que em Portugal se considera a "lata" de dizer que festejou o 2º lugar da selecção no Europeu, depois de perdermos com a Grécia: afinal, e com toda a razão para o dizer, "nunca havíamos chegado tão longe".
Da mesma maneira que "cada jogo é um jogo", cada prova é uma prova - que o diga a Naide Gomes! - e por 4 ou 5 cms (em 17 metros e tal!!!) se decidiu um vencedor que, mesmo que não o tivesse sido noutra prova, teria sempre chegado longe - como a selecção em 2004, em que perdeu por um golo apenas.
Apetece-me dizer que a este, se de manhã lhe apetece esticar as perninhas e ficar na caminha, como ao outro, não sei, mas que pela hora da noite ele salta de c******, é verdade.
Era ele a chorar em Pequim e eu a fazer-me de forte para não o fazer também aqui em Portugal - ser-se grande não toca a todos, mas toca em todos.

Obrigado, Nelson.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

The fastest

A 15 metros da meta ele encara as pessoas na bancada, começa a festejar, passa-a com uma mão no peito como que dizendo "sou mesmo o maior" e quando se olha para o relógio diz-se:
NÃO É POSSÍVEL!

Mas era.
Longe vão os tempos em que menos de 10 segundos era uma utopia: acredito que este fenómeno possa descer dos 9 e meio.

Fez 9,69.

A propósito de tomates

As mulheres queixam-se demasiado, generalizando e resumindo.
Porque é o período, porque é o TPM, porque elas é que têm os filhos, porque são elas que têm filas para a casa de banho e nós mijamos em qualquer lado, porque quase tudo na vida delas, como elas dizem, "é complicado".
Já fiz questão de explicar esta teoria anteriormente (por sinal a um rapaz que, infelizmente para a boa reputação do nosso sexo, parecia desconhecer totalmente o facto assinalado no ponto terceiro, mais abaixo), mas vou revelá-la em primeira mão aqui
- olhem olhem o acontecimento -
visto não ter problemas em assumir que me rói de inveja.

As mulheres podem ter esses incovenientes todos, mas há aqui dois ou três factos que eu gostaria de salientar:
1. Elas não sabem como é levar uma bolada nos tomates. Daquelas rematadas pelo boi da escola, que jogaria rugby ou basquetebol facilmente em qualquer clube da cidade e que por azar escolheu dar uns toques na bola - desajeitados, claro - no mesmo intervalo de nós.
2. Elas não sabem o que é ter comichão nos tomates, principalmente não sabem como ela só nos dá em ocasiões e locais onde parece sempre mal que os cocemos em condições, pelo que fazemos figurinhas tristes a tentar ignorar aquela porra, ou a coçar "sem dar nas vistas". Ridículo.
3. Finalmente, como busílis da questão, elas não dão valor a um facto anatómico decisivo para equilibrar a balança de justiça divina entre homens e mulheres: elas têm múltiplos orgasmos - e não orgasmos múltiplos, porque são vários com a força de um e não um com a força de vários - e eu, e todos nós, homens, nem que déssemos o pino e a cambalhota tínhamos mais do que um de cada vez.

Elas não têm de ver a cara delas depois de dois ou três como que dizendo: já estás? É que eu continuava mais um bocadinho, mas ok, eu espero. (quando não é depois de dois ou três é pior, só se lê
- foda-se -
e por mais que nos tentem convencer que os orgasmos valem o que valem, nem que seja dentro das nossas cabecinhas, elas vão sempre dizer
- foda-se -
nem que seja à melhor amiga, quando não estivermos).

Se eu pudesse tê-los, minhas meninas, eu esperava meia hora com a bexiga carregadinha, de cada vez que quisesse ir à dita casa de banho, com uma cara tão alegre que todos os rapazes à minha volta iam julgar que estava um homem dentro da casa de banho da mulheres - ao invés do que usualmente sucede.

Resta dizer que deve ser por isto que alguns homens - eu incluído - tendem a gostar de mulheres que sejam parecidas com eles nestes termos; que aproveitem o melhor que têm e as capacidades que cada vez mais as fazem diferenciar-se positivamente de nós, sem que queixarem, sem que defendam a igualdade entre sexos quando lhes convém e depois entrem na nossa casa de banho porque estão "à rasquinha", ou nos façam aquela cara de
- foda-se -
mesmo quando nos esforçámos por imaginar aquele acidente que vimos com um morto na A1, de maneira a que pudéssemos durar mais uns segundinhos que fossem.

sábado, 9 de agosto de 2008

Pedreiros

Há dias ía almoçar com colegas - éramos 4 rapazes e uma rapariga, giraça como só ela - e entretanto passam duas carrinhas de caixa aberta com senhores que trabalham na construção civil dentro delas.
Passa a primeira, e nós os 5 como quem já esperava alguma coisa calámo-nos quando o pendura pôs a cabeça de fora do vidro (como se não se ouvisse já bem com ela lá dentro) e berrou:
- Oh boaaaaaaaaaaaaaaa!
Pensámos naquele instante "que falta de originalidade, é mesmo broeiro, este" e eis senão quando a segunda camioneta tem um personagem do mesmo género mas mais inteligente, deveras:
- Ihhhhhhhh cuuuuum caraaaaaalho... uuuuuum, dooooooois, trêêêêês, quaaatroooo.....
Escusado será dizer que os rapazes se escangalharam a rir, e que a giraça encolheu os ombros como se fosse sua sina ter de ser sujeita àquilo de qualquer forma.

Discutimos quais as frases do género mais rebuscadas e menos conhecidas nos lembrávamos, eis algumas geniais:

"Já comi toucinho com mais pêlo!"
"Fazia-te como a um puzzle, depois de te montar escangalhava-te!"
e a minha favorita

"O teu clitóris deve ser na testa... [e depois dela olhar com aquela cara de quem não percebeu o que raio se quis dizer o senhor terá a bondade de explicar]: é que tu és c*** da cabeça aos pés!"

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O Egoísmo Altruísta

Não há sentimento como esse: o facto de nos sentirmos bem porque nos dedicámos a alguém, e vimos que um sorriso ou gesto dessa pessoa foi o suficiente para nos recompensar.
Gosto de ser importante para os outros, de me dar, de me esforçar e sacrificar, para que possa sentir que valho a pena como pessoa: pôr as necessidades dos outros acima das nossas é, nesta perspectiva, um comportamento egoísta, já que em última análise o que queremos é ficar bem com a nossa consciência - mas para mim, é o egoísmo mais saudável e prazeroso que se pode ter.

Há sempre duas faces na mesma moeda

Ao contrário dos anos anteriores, não fui até terrenos algarvios deleitar-me com a água quente.
Preferi ficar por mais perto: a água é quase tão boa, o tempo é quase tão bom, e o sossego é quase o mesmo, ou seja, não tem nada a ver. Mesmo assim, e vendo as coisas como elas é - já dizemos no seio do nosso grupo (e como eu gosto da expressão "no seio") - também há aspectos positivos.
A companhia, principalmente, e o facto de se estar muito mais perto de "tudo".
Justificando-se assim uma menor frequência de posts durante este mês, a expectativa é que quando ele acabe eu tenha muito mais para dizer, no entanto: não me perguntem porquê, mas eu sinto que por estes dias tudo se tem conjugado para mudanças rápidas e significativas na vidinha aqui do vosso amigo. A confirmar-se, virão na fase ascendente dum rebound que começou nesta data e que já acabou há bastante tempo, se bem que isso não são coisas que se confirmem assim, sem mais nem menos.
Estou naquela fase em que posso dizer, do alto de tudo o que ainda quero aprender, que quando saio da praia, de óculos escuros, cabelo salgado e desgrenhado do mar, toalha no ombro e vontade de ser o último da família a pisar a passadeira no regresso, limpando os pés depois de toda a gente porque tenho tempo e não devo nada a ninguém, me sinto bem. E que tenho uma sensação óptima de que pouca coisa me trará um mal-estar tão grande assim.
Eu sou de ruminar pensamentos, ou seja, eu penso sempre várias vezes nas coisas depois delas acontecerem. Contudo, no meu caso a ruminação vastas vezes não é prenúncio de princípio de depressão como para outros casos: a objectividade de análise e a consciência tranquila fazem com que cada vez que pense, veja várias coisas muito certas entre uma ou outra errada, e alguém muito feliz por ser comigo e ficar comigo, mesmo que haja tempos em que precise de afastar-se.
Com o tempo, aprendi que tenho tempo, desde que em cada momento eu esteja bem com a maneira como o vivi. E quando se vivem tempos difíceis da melhor forma possível, e quando nesses momentos não estamos sozinhos mesmo que por momentos (ou uns tempos) queiramos ficar, vive-se bem.
E isso, meus senhores, é o que me faz limpar os pés com tempo, e sem dever nada a ninguém.