sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Hora de calar

Palavras caídas no tempo levadas em prosa por ti
O vício do roubo da alma que te faz apoderar de mim
Certas no momento em que saem, apenas por estares aqui.
Fugidias e vãs quando sais, porque as levas aí dentro, assim.
Desengano-me que quando entres as vás repetir duma forma
Que não tenhas já tentado quando entraste outrora;
Engano-me pensando que o bom filho à casa torna:
São bonitas, és bonito, és sempre amado aqui.
Levava-las tu convencido que não as sabias guardar até
Ao dia em que o que disse não se mantinha já de pé.
Fardo pesado, que carregavas quando me deixavas para trás
Com elas ou comigo arcavas, que qualquer diferença não faz;
Palavras que eram minhas e tuas sem nossas nunca terem sido
Eu carreguei-tas e dei-tas para que entender as possas
E tu só as levavas e trazias de volta, iguais às que deixaras à porta
E tu só as levavas e trazias de volta, sem nunca as ter ouvido
Só as levas e as trazes de volta, sem nunca as teres entendido.

1 comentário:

Anónimo disse...

.....mas desde sempre as tenho amado.