segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Tinha saudades

Hoje de manhã acordei a ouvir chover.
Muito.
Peguei na minha roupa de cama - lençóis de malha polar, um cobertor e uma colcha quente -, e fechei a metade do olho que tinha aberto; ignorei a escuridão que fazia mesmo sendo uma da tarde; dobrei a roupa de maneira a ficar com as pontas em cima da cama (em vez de caídas na direção do chão), compus a almofada e pensei: mais meia hora.
Sem dormir, só a ouvir chover.

domingo, 29 de novembro de 2009

"Os puros"

Desenrolava-se uma conversa de café sobre certa pessoa que já não vivia nas Carvalhosas há bastante tempo; havia uma boa opinião quase consensual sobre tal personagem: que o tempo o tinha tornado mais rezingão, talvez menos preocupado em ser compreendido; que agora fazia mais o que lhe dava "na gana"; mas sempre um "gajo porreiro", com mérito na vida que levou.
Até que ao dono da tasca, que nada dizia, foi perguntado se não concordava que ele era de facto uma pessoa impecável:
- Hum... - faz uma pausa, uma cara de desconfiado e acrescenta - só se ele mudou muito!

E desde então esta expressão vingou tanto, que quando um dos amigos diz "Hum..." com aquela cara já todos acrescentamos o restante com uma gargalhada.

sábado, 28 de novembro de 2009

As "Morangas" que valem a pena

Sofia Mota
Sara Matos

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Detesto quando não me dão atenção

E não gosto muito de a pedir.

Um ponto no i

Soube hoje que a professora de contabilidade considerou duas respostas certas numa das perguntas deste teste. Como eu tinha respondido aquela que também se poderia considerar certa, tenho apenas isto a dizer-vos:

DEZ!

O que não sendo nada bom é-o tendo em conta as outras notas da turma.
E permitam-me que corrija: já não me lembro MESMO de ter uma nega.

(o novo teste foi hoje, depois comunico novidades - já que estamos nesta saga...)

Coincidências

Na jornada 9:
Braga - Benfica, apitado por Jorge Sousa (Porto)
Porto - Belenenses, apitado por Olegário Benquerença - "abre os olhos Olegário, la la la..."

Na jornada 11:
Porto - Rio Ave, apitado por Paulo Costa (Porto)
Sporting - Benfica, apitado por Pedro Proença - o senhor que apitou o penalti do Lisandro no Dragão...

Pois claro.

Vai uma aposta que para o Benfica-Porto da 14ª jornada se nomeia, também por coincidência, o Pedro Henriques?

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Quem é bom é bom



e não sei se não é falta antes do lançamento

Puff

Hoje, às 16 horas, pensei em ir para casa.
Estava farto da faculdade, estava cheio de sono, não conseguiria estudar de qualquer forma. Mas tinha aula às 18, não ía para depois voltar.
Parei no átrio.
Decidi-me.
Tinha estacionado numa subida inclinada; vesti o meu casaco quentinho; entrei no carro, e escondi tudo o que pudessem roubar-me; tranquei as portas, abri uma fresta do meu vidro; cheguei o banco para longe dos pedais, e as costas dele para trás. Faltava o despertador.
17:45.
E dormi, dormi como se nada fosse, como se estivesse em casa.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

150 euro(s)

Vou tentar contar isto com o máximo de idoneidade possível.
Um cidadão de origem africana entra nas instalações de uma agência bancária movimentada. Parece estranho, como se tivesse caído de pára-quedas: há pouco tempo em Portugal? Sinistro por natureza? Impossível saber.
Espera a sua vez alheado do mundo. O olhar é sempre vazio, como que distante, pensativo, se bem que não um pensativo compenetrado: o assunto devia ser algo entre o dia antes de anteontem e a morte da bezerra, mais coisas menos coisa.
E eis que surgida a sua vez se chega perto do balcão e, sempre reticente, diz:
"Boa tarde. São cento e cinquenta euro" [reparem como o rigor da narrativa me obriga a omitir o "s" no final da palavra euros].
O caixa levanta os olhos do monitor, franze ligeiramente o sobrolho numa fracção de segundo, para depois perguntar:
- Mas quer depositar, ou levantar?
"Quero emprestados."

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Boa Vybe

Depois de ter saído alguém à porta da faculdade para eu estacionar, como tem acontecido nos últimos tempos, fui imprimir as cábulas para a apresentação que tinha às 18 horas de hoje.
Estava uma fila imensa, tanto que acabei por demorar quase meia hora. Durante este tempo estive à conversa com o João, um miúdo amigo de amigos que foi também colega na Brotero.
Comentávamos o facto de estarmos a acabar cursos numa altura tão complicada para arranjar um emprego bom e ele queixava-se muito que estava farto de mandar currículos e nada, que não o chamavam para entrevistas, que precisava duma grande cunha porque doutra maneira não dava... este tipo de coisas. E eu disse algo como "Oh João tens de fazer as coisas pensando mais positivo. É meio caminho andado. Vais ver que resulta."
O João menospreza o que lhe digo. "Está bem, está..."
Íamos noutro assunto quando uns 5 minutos depois lhe toca o telefone.
"Sim... Boa tarde... Sou sim... Sim exactamente... Amanhã?... Às 13:30... Com certeza.... Claro que levo... Obrigado eu, ora essa... Boa tarde, com licença"
Era para assinar um contrato de um mês.

Há coisas fantásticas, não há?

Gatos

Nunca achei piada a gatos, e eles têm uma coisa que me irrita solenemente: podem estar a meio metro da berma da estrada quando se apercebem que está um carro a vir nela, mas decidem sempre que é na berma do outro lado da estrada que é mesmo mesmo seguro estarem.
Ou seja, se a meio metro da berma, um gato faz pelo menos uma distância 11 vezes maior que aquela que teria de fazer para fugir do carro.
"Ih ca burro",
como diria o outro.

domingo, 22 de novembro de 2009

Mulheres maduras

O bom de se conversar com mulheres maduras (infelizmente a maior parte tem forçosamente a partir de 3 ou 4 anos a mais que eu) é que já se não têm de explicar os pontos de vista expressos aqui, porque, na esmagadora maioria dos casos, ela já teve tempo e inteligência para chegar a eles sem a minha influência.
Felizmente, há excepções ao parêntesis.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Zaragatoa

Amo esta palavra de paixão.
É uma coisa nojenta, usada para colher amostras de saliva e de muco nasal para testes de ADN, por exemplo, mas soa tão bem.
E eu adoro paradoxos.
Zaragatoa.
Lindo.

domingo, 15 de novembro de 2009

"Presente!"


O CCC fez 30 anos esta semana.
Não trata este texto da sua construção e manutenção até aos dias de hoje, mas sim do que fez com que ele fosse construído e se tivesse mantido até agora.
Ao longo destes meses tenho-me apercebido de algo muito gratificante: muitas vezes a única razão pela qual as pessoas não dizem "presente" é a de que ninguém lhes pergunta se de facto lá estão.
Havendo quem lhes explique objectivos, demonstre vontade e medidas, e lhes dê recompensas (como a festinha que fizemos ontem) elas não nos falham nem nos deixam a falar sozinhos.
São as quotas em atraso que estão a ser pagas muitas vezes por um valor superior ao seu valor simbólico; são as pessoas que nos recebem com um "estava a ver que não passavam aqui!", não querendo deixar de contribuir para a causa; são aqueles pormenores-chave como saber o número de sócio de cor, coisa que não lhe era perguntada há uns bons anos; são as portas das adegas sempre abertas - "então e não bebem nada?"; são as palavras de incentivo "ora muito bem, os jovens é que devem pegar nisso, qualquer coisa que precisem digam!"; são aqueles que já tinham dito que não ajudavam mais e que voltaram a ajudar, e aqueles que sendo novos na terra chegaram viram e venceram, ou seja, se fizeram imediatamente sócios e compareceram na nossa festa de aniversário.
Da mesma forma que este blogue existe porque há quem o escreva e quem o leia, sendo eu nada sem os vossos comentários e interesse e sem as vossas palavras de reconhecimento, o CCC existe porque houve quem o dirigisse e dirija e porque sempre houve quem, por detrás das sucessivas direções ao longo do tempo, o apoiasse o melhor que podia, e tivesse dito "presente" sempre que era necessário.
Aos sócios, às suas famílias, amigos e convidados, aos amantes do porco no espeto, do caldo verde, das taças de tinto ou das minis geladas, das sobremesas e do pezinho de dança, que tanta vez souberam dedicar-se ao CCC sob os mais variados desígnios, o meu mais sincero agradecimento.
Assim, vale a pena.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O Villas Boas


É um rapaz com bom aspecto, conhece o futebol, trabalhou com o Mourinho, tem créditos dados e fez trabalho na Briosa que se viu em duas semanas.
Não tinha dúvidas de que o Sporting o sondaria para seu próximo treinador.
Posto isto, era difícil que ele para lá fosse sem que eu não fizesse um post aqui a chamar-lhe vira-casacas em vez de Villas Boas: era preciso que ele conduzisse o processo de tal forma que não restassem dúvidas de que a Académica de Coimbra fosse sempre respeitada e tentasse sair do negócio financeiramente recompensada.
Por toda a atitude ao longo do processo tenho a dizer que fiquei agradavelmente surpreendido - e se tantas vezes dedico as minhas palavras mais duras a gente da bola, quando há que dizer bem é necessário fazê-lo.
Mesmo que, no futuro, ele troque para um clube maior, o que eu acho que acontecerá mais cedo ou mais tarde, gosto de sentir que ainda há gente com dignidade e palavra.
E fico muito contente que ele não vá para o Sporting.
Ainda começavam a jogar à bola, e depois era um problema.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Uma alma do demónio

Eu sei que é errado. Eu sei.
Mas a única coisa que eu consigo fazer ao ver este documentário sobre as pessoas com o Síndrome de Tourette é rir-me. E rio-me tanto, tanto, tanto, que me sinto mal nos breves segundos entre uma gargalhada e outra.

A expressão do momento

"Bota gel!"

Usada no mesmo contexto que "siga para bingo!", ou "está feito, vamos embora!".
Espectacular.

(créditos para o João ABA, assíduo leitor deste blogue)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Oito virgula setenta e cinco

Ou nove valores, na prática.
As notas foram todas tão más que a prof vai fazer novo teste, portanto o livro do padrinho vai ter mais uso que o esperado.

(já não me lembrava de ter uma nega)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

We're gonna be just fine

Confiar na sorte é uma coisa que aprendi a fazer desde há relativamente pouco tempo. Demorei a entender o conceito, a aplicá-lo às coisas mais simples e nem sempre ainda o faço bem; contudo, nas situações em que resulta sinto-me grato.
Hoje em dia não procuro o meu estacionamento sem pensar "de certeza que tenho um lugar aqui", ou então "quem é que vai sair para eu meter?".
Serve isto de exemplo: hoje tive teste e precisava de comprar um livro para estudar. Sábado passado tentei na Almedina, local onde estava a estudar, sem sucesso. Subi ao Fórum, e na Bertrand nada: "não há no país, vai demorar 3 semanas a encomendar".
Saí da loja e passou-me pela cabeça um pensamento recorrente em quem é pessimista por natureza: já devias ter-te preocupado com isto há mais tempo, mesmo que o tenhas pouco. Mas cada vez mais eu me pergunto nessas ocasiões:
"OK, como é que vamos resolver isto?"
Tiro fotocópias do da Marta, pensei eu, embora seja ilegal é uma situação de recurso e dela dependia o sucesso académico dum futuro grande gestor deste país (cof cof) portanto pareceu-me aceitável.
E eis senão quando saio do Fórum e está a entrar nessa altura - precisamente - o meu padrinho de faculdade, encontrado por acaso e que já não via há meses.
Ah e tal então que andas a fazer?
"Epa vim comprar um livro de contabilidade das sociedades mas parece que não há... mas não há crise, eu arranjo-me"
Opa se quiseres eu tenho isso.
"Tens?"
Pois claro que tinha. Tinha-o sublinhado e anotado, e tinha-o com aquelas fitas transparentes todas paneleiras que se põem nos códigos e nos livros para se consultarem mais facilmente.
E foi a casa buscar-mo e levar-mo à Almedina.

Portanto fica o agradecimento ao padrinho que me deu a honra de o escolher no meu primeiro dia de faculdade, e ao universo que me escolheu a mim por entre milhões de candidatos a esta vida :P

sábado, 7 de novembro de 2009

Sono

Vou dormir mais de 5 horas pela primeira vez esta semana.
Nem sei se fique triste se contente.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Dizia a avó da colega para ela

"o dinheiro na tua mão parece manteiga em focinho de cão".

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Diz a mãe

"Sociedades?... Só com o homem na cama, e de unhas cortadas!"

domingo, 1 de novembro de 2009

O 1º de Novembro e o Princípio de Pareto

O primeiro de Novembro é como o Natal, com uma simples diferença: em vez de se lembrarem dos vivos, lembram-se dos mortos.
Raramente me lembro de 95% das pessoas que conheço. É verdade.
Entre colegas de faculdade, colegas de colegas de faculdade, colegas e amigos dos pais, colegas e amigos do irmão, gente que é conhecida de gente que eu conheço, eu não me lembro de 95% deles (a não ser que alguém mos lembre). Contudo, dos restantes 5% eu lembro bem.
Sei do que gostam, sei de que clube são, sei-lhes os defeitos e as virtudes, sei o que devo responder em cada altura, e em relação a alguns deles sei como evoluíram como pessoas, como apreciar as diferenças.
Sei que mesmo sendo tão poucos (serão?) não lhes dedico, quase nunca, o tempo que merecem. Mas lembro-me muito mais do que aquilo que lhes falo, apenas e só porque se falasse não faria mais nada o dia inteiro... ou simplesmente porque não posso.
É que me lembro-me dos mortos também, é por isso que não posso.
Nem só no dia 1 de Novembro me lembro deles, da mesma maneira que, como escrevi acima, nem só no Natal me lembro das "minhas pessoas", daquelas que fazem parte da percentagem mais pequena do princípio de Pareto aplicado à vida - e custa-me que, da mesma maneira que se veja como obrigação dar uma prenda no Natal, se vê o primeiro de Novembro como o dia em que a campa tem de estar impecável e em que temos de ir ao cemitério, quanto mais não seja para garantirmos que está.
Toda a gente sabe que se tivesse de haver um dia de finados, no meu caso seria o 20 de Outubro.
Ou melhor, nem toda a gente sabe.
Talvez só saibam... 5% das pessoas, agora que penso bem nisso.

Nao me apetece escrever



"... que sabe quanto vale um beijo"

Há videos que valem pelos comentários

E este é um deles!

Retirado do não está fácil.