domingo, 11 de abril de 2010

What has to be done

Li num livro, uma vez, que toda a gente tem duas coisas certas na vida, e apenas essas duas: a morte, no seu final; a e exigência de nela tomar decisões, na sua duração. Benjamin Franklin acrescentaria as estas duas o facto de termos de pagar impostos - aceita-se.
A parte que me interessa é a das decisões: na morte penso quando morrer; quanto aos impostos espero pagar muitos - seria um óptimo sinal. De facto, a tomada de decisão ou a falta dela são uma escolha - decidimos agir e decidimos não agir, mas decidimos sempre, seja de que forma for.
E se há decisões na vida que são fáceis de tomar, também as há que nem tanto. Uma decisão tem sempre um reverso de medalha, um custo de oportunidade. Não há decisão nenhuma na nossa vida que traga apenas aspectos positivos, ou por outra, que não possa ser vista também pelo que se perde em decidir assim, ao invés do que se ganha.
As decisões dependem de muitas coisas perfeitamente lógicas: das consequências que trazem, boas e más, na nossa vida e na vida das outras pessoas; das circunstâncias em que são tomadas, certamente; e do prazo dessas consequências e circunstâncias.
Uma decisão é nada mais nada menos que uma acção ou inacção concertada entre as circunstâncias do presente e as consequências no futuro.
Erradamente, há quem inclua nos factores a considerar aquilo que outras pessoas decidiriam no seu lugar. Isto é dizer que para decidir a pessoa pergunta-se "o que vão as pessoas próximas de mim pensar se eu decidir desta forma?", "O que estão elas à espera que eu faça?" ou "O que fariam elas no meu lugar?". Na minha mais humilde opinião, não há quem tanto conheça as circunstâncias e as consequências de uma decisão como nós próprios. Não existe ninguém que esteja em tão boas condições de decidir sobre nós como nós próprios.
Desta forma, aquilo que os outros pensam sobre a maneira como decidimos é relativo, quando comparado ao nosso bom senso: das pessoas em quem confiamos que sabem o que é melhor para elas, podemos esperar qualquer decisão como sendo uma boa decisão.
E por isso devemos respeitá-la e apoiá-la, principalmente quando todas as outras pessoas, as tais que nem sonham as razões que a justificam, a encaram como ofensiva ou devaneadora: é que muitas vezes a decisão em causa não só era a mais acertada, como era a única possível.

3 comentários:

C. disse...

Há decisões profundamente erradas. E relativamente a essas, não precisamos da crítica alheia. Mas precisamos da compreensão alheia. Tudo porque não vivemos sozinhos.
Todavia, é a frustração connosco próprios, que nos julgávamos acima de um erro assim, ele próprio detestável, dizia eu, é a frustração que nos desgasta, que nos vai erodindo as pequenas felicidades, as pequenas conquistas, que nos atenua a confiança nas decisões que tomamos e precisamos de tomar.
Um dia, julgamos os outros. No dia a seguir, somos a pessoa que julgámos na véspera.
O segredo não é ignorar o juízo dos outros relativamente às nossas acções. O segredo é aprender a viver com ele. Como os outros tiveram de aprender a viver com o nosso.
Há decisões profundamente erradas. E julgarmos os outros por nos acharmos acima de qualquer suspeita é uma delas.

Anónimo disse...

Não tenho passado pq reparei que tu tb nao lol maas hoj, ler isto.. minha nossa cm as xs me lês o pensamento e hoj acho que me ajudaste ;) beijinhos puto*

Unknown disse...

Que dizer mais? é bom ler destas coisas! Abraço