sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A gente pinta de novo

Cai e estraga, esmaga o coração
Tempo perdido ou gasto em vão?
Olha-se e pasma-se não acreditando
No por demais evidente chão,
Que desaba e se repõe continuamente
Assim nós lhe demos vazão.
Cacos apanhados e a dor na coluna
De estarmos dobrados e da sina ser uma...
Olhamos à volta escondemos os cacos
Alguém reparou em mim, não!?
Como não, com todo este povo,
E se o quadro ou fantasia tão presente?
"A gente pinta de novo"!
Não há quem mo diga minha gente?
Estou farto de segurar na paleta.
Calos e dores, malogrado pincel!
E que o povo à volta remeta
Os meus males para o papel.
Quero parar, que pintem por mim,
E chorar com lágrimas de sal.
Não há papel como o teu ombro, amor
Que me tire tão bem o meu mal.