terça-feira, 11 de agosto de 2009

Bolas, que desilusão

Hoje foi notícia mais um jogo na América do Sul, supostamente amigável, que não acabou devido a confrontos entre os jogadores.
"Fixe, porrada!"
pensei eu, que não sendo em mim, gosto de ver muita gente a distribuir pancada em muita gente, assim numa espécie de "tudo ao molho" que dá mais para rir que para ter pena dos intervenientes. Nesse jogo, estava à espera de ver um murrozinho bem dado.
Pelo menos um.
O que vi foram jogadores a jogar ao toca e foge, numa demonstração do mais puro metrossexualismo pugilista, do género que dá pena. Como quem adora fazer-se de forte mas não quer borrar o lápis dos olhos e o gel que traz no cabelo que é bastante caro, e que depois vai para o brinco e é capaz de deixar uma nódoa que não sai.
Onde está Maradona, que depois de sofrer um penalti de um Guarda-Redes que lhe quis arrancar as pernas com os antebraços, se levantou de rompante e lhe deu pontapés pelo corpo, com toda a força?
Onde está Adriano, que depois da melga do Caneira se ter armado em esperto lhe deu um soco na cara de raiva?
Onde está Cantona, que deu um pontapé em voo na cara de um adepto que se julgava inatingível por estar entre a multidão?
Onde está Zidane, à cabeçada ao Materazzi em plena final do campeonato do Mundo, depois deste último ter dito mundos e fundos da mãe e da irmã do primeiro?
Onde está Edmundo, o animal, a dar e a receber pancada em campo?
Onde está Roy Keane, na sua frieza malévola para se vingar de quem o lesionara gravemente uns anos antes e lhe dissera que se deixasse de fitas, enquanto ele gemia prostrado no chão?
Onde estão os homens que, sem recorrer nunca em primeira instância à violência, quando as circunstâncias assim o exigem sabem dar uma sabelha nos cornos de alguém que a merece bem dada e para recordar, com a mesma pinta com que espalham magia em todas as coisas boas que fazem na vida?
Onde estão os homens que pedem desculpa depois de levar porrada, porque sabem que a mereceram?

No futebol de hoje em dia ganhou-se muita coisa, mas perderam-se os homens. Aqueles para quem o fair-play implicava jogar de forma justa, mesmo quando isso significava justiça feita da forma mais dura. Quando o futebol não era para meninos que lutavam como meninas, a agarrar os cabelos uns aos outros e a jogar ao toca e foge.

Ficam os vídeos, os dos homens, e os dos outros.






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