sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Desesperar com dores físicas

Não me acontecia há muito.
Lembro-me de no dia 20 de Janeiro de 2004 ter feito um entorse grave no tornozelo direito, de ter resistido com gelo para fazer um teste de economia na hora seguinte, de só telefonar à mãe a seguir para ela ir comigo ao hospital, da batata no tornozelo, negra e grande, e do ortopedista a carregar nela e a dizer
- É aqui que dói?
Pois onde é que havia de ser meu cabrão?,
depois de ter visto no raio-x que não havia nada partido
- Tiveste sorte
Chamas sorte a isto, é?,
- Mais um bocadinho e era uma ruptura
E eu a maldizê-lo enquanto me punha o gesso à volta da batata, negra e grande, que demoraria mês e meio a ficar totalmente boa.
Lembro-me de tudo isso, mas desta vez é diferente. Não há gessos nem muletas.
Chamam-se adutores. São os músculos que se usam para juntar as pernas.
Forcem-nos demais no ginásio e depois vão ver. Andam todos torcidos, e devagar, sem muletas e sem gesso mas parecendo um aleijadinho na mesma. De cada vez que se chegam para cima na cadeira, dói. Dói a entrar no carro, dói a andar, dói a conduzir, dói a subir escadas dói, dói, dói.
E se acaso se deitam só não dói se o fizerem de lado.
Dói, mas acima de tudo, mói.
E tudo o que me mói, desespera-me.

4 comentários:

Rosa disse...

:) Juizo!

Rosa disse...

Ah, e as melhoras, já agora ;)

Kiau Liang disse...

ai o ácido lácteo...

saltos altos disse...

Ok, tu és muito engraçado!! fazes-me rir às gargalhadas com estes teus postes de sinceridade. Gosto tanto!! Como já tamos no fim de Novembro e isto foi em OUtubro, espero que já tenha passado...mas digo-te na verdade que ...mais dia menos dia essa dorzinha volta...voltam sempre!!