quarta-feira, 26 de março de 2008

A Pessoa Perfeita - Parte 1 - O Amor

O amor numa pessoa pode ter vários significados.
Pode significar o desejo em fazê-lo, a atracção sexual que tem para com outra pessoa.
Pode significar carinho e fraternidade, fruto duma admiração muito grande por alguém que julgamos merecê-los.
Pode ser um sacrifício feito sem recompensas, como uma mãe que ama o filho e que por isso renega grande parte do seu tempo por ele.
Ou pode ser apenas um amor como o dos mandamentos da Bíblia, que implica um respeito mútuo entre ideias diferentes e maneiras de ser distintas entre as pessoas, sendo que mesmo que não se goste de alguém não se alimenta para com ele nenhuma espécie de sentimento negativo.
Posto isto, o amor é a característica-resumo das restantes que aqui destacarei como aquelas que mais importantes/sumárias/necessárias consigo conceber numa pessoa: o Amor estará sempre intrínseco a todas as restantes e só terá alguma delas quem souber amar de alguma das maneiras descritas acima.
O amor é assim uma capacidade não-inata, mesmo que de vez em quando conheçamos pessoas que foram feitas para amar. Na verdade, e em fase de reflexão sobre as características que reuni, descobri que nunca desfazendo do código genético que nos é imposto, a maneira como lidamos connosco e com os outros - principalmente se agirmos mais do que reagirmos - terá mais a ver com aquilo que queremos ser ao invés daquilo que somos.
O amor implica, nesse sentido, uma adaptação constante, um ter calma na tempestade e rebentar apenas quando tudo serenou. Implica aceitar o que não se pode mudar mas tentar sempre mudar o que se pode de acordo com aquilo que se quer, sempre amando (no sentido de respeitar o próximo).
Amar é moldar-nos não só por nós mas também por alguém, mesmo que para isso tenhamos de reinventar em nós uma maneira de dizer "amo-te" que as outras pessoas entendam - e cada uma delas tem uma maneira diferente de o mostrar e entender.
Amar implica amar a nós mesmos, no sentido de não perder de vista o respeito por nós próprios: abdicar de desejos e tempo, sim, de princípios e de dignidade, não.
É por isso que amar demais mata, já dizia o Freddie Mercury.

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