terça-feira, 29 de abril de 2008
Estou à espera...
"É agora. Vens comigo?"
...para que te chegue, e te pegue e te diga
"Vamos, sim."
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Paradoxos lixados
Mas nem sempre nos faz bem aquilo de que gostamos.
É preciso é coragem para rejeitarmos o que gostamos, quando sabemos que isso vai acabar por nos magoar.
Será mesmo?
Ou será que em vez de coragem se trata apenas de encarar as coisas numa perspectiva de longo prazo, já que a frase "compensa o mal que faz pelo bem que sabe" só é válida para o momento em que pecamos?
A coragem tem mais a ver com o facto de nos tentarmos guiar por aquilo que pensamos em vez de por aquilo que sentimos; ter coragem é, então, fugir ao que nos faz mal mesmo que nos saiba bem no momento? É mais do que isso.
Ter coragem é fugir sim, mas de perto.
É pôr os pés à beira do precipício para saber ao certo quão fundo ele é. Sem cair.
É conseguir salivar em frente a uma montra de doces 5 minutos e sair sem provar nenhum.
É levar 1000 euros na carteira para um casino e conseguir sair gastando 5.
É ver os amigos fumarem charros, ali mesmo à nossa frente, e nunca ter pedido para dar um bafo.
É tomar cafés com a ex-namorada sem deixar que o nosso olhar se perca nos lábios dela.
É não querer escrever ou falar com ninguém e de ninguém, mas abrir o blog na mesma, carregar em "nova mensagem" e ver piscar o cursor 45 minutos antes de sair alguma coisa.
Ter coragem cansa.
Vou dormir.
domingo, 27 de abril de 2008
Maneiras
E a melhor, é deixá-la ir apenas.
Don't mess with free will.
terça-feira, 22 de abril de 2008
Uma sms
Podiam milhares de pessoas ter feito milhares de perguntas, podiam tê-lo feito todos os dias, era importante? Não.
Ou não tão importante quanto, pelo menos.
Falta-me sempre algo quando não te pergunto
"Como estás?"
ou quando não me perguntas
"Como estás?"
porque para mim isso é que é importante.
Ou mais importante do que, pelo menos.
Estou bem se estiveres bem :)
sábado, 19 de abril de 2008
quinta-feira, 17 de abril de 2008
A pedido de famílias
domingo, 13 de abril de 2008
Coimbra
Já diz um fado teu que chega a ter saudades tuas quem em ti nunca viveu.
Isso, meu amor, minha Coimbra, é porque és mais que uma cidade, mais que uma casa, mais do que o lugar onde vivemos: és o palco onde aprendemos a ser e a estar; onde encontrámos a possibilidade de crescer em conhecimento e em sabedoria: ensinaste-nos muito mais do que o que aprendemos nos livros, numa experiência que teve tanto de excitante e grandiosa, quando a ti chegámos, caloiros, famintos e receosos do que nos oferecerias, como de gratificante à medida que te fomos conhecendo e reconhecendo em nós.
Mais do que onde e quando, é o que e como: somos pessoas diferentes - e melhores - por tudo o que nos fizeste passar. Somos capazes de amar agora: a ti, amante ao mesmo tempo partilhada por todos os que passaram no leito que são as tuas calçadas e fiel a cada um de nós; às pessoas que se revêem na tua maneira de sentir e de abraçar o mundo com uma força que te vem de dentro.
És, meu amor, minha Coimbra, a companheira de toda uma vida: o teu brilho não se reflecte apenas nas águas do Mondego, mas no que as outras pessoas sentem para connosco: os nossos pais e familiares, alguns deles teus amantes já também, que nos deixaram conhecer-te, e a quem por isso e por todos os restantes sacrifícios estaremos eternamente agradecidos; aos amigos, companheiros na descoberta e na surpresa, confidentes no sorriso e no olhar, muito para além do final da vida académica; aos amores, que nos completam e nos guiam segundo os teus valores, os nossos valores afinal.
É, por isto, meu amor, minha Coimbra, que deixas saudade.
Porque toda és em nós e todos nós fomos em ti - e assim será.
Sempre.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Quem sabe, sabe...
Puta tem sido muita gente boa;
Putíssimas fidalgas tem Lisboa,
Milhões de vezes putas têm reinado:
Dido foi puta, e puta d'um soldado;
Cleópatra por puta alcança a c'roa;
Tu, Lucrécia, com toda a tua proa,
O teu cono não passa por honrado:
Essa da Rússia imperatriz famosa,
Que inda há pouco morreu (diz a Gazeta)
Entre mil porras expirou vaidosa:
Todas no mundo dão a sua greta:
Não fiques pois, oh Nise, duvidosa
Que isso de virgo e honra é tudo peta.
E o Bocage é que sabe!
Por favor não
Para que eu não me arrependa de te ter perdoado.
Casamento
E gostava de me casar um dia.
Debaixo da ponte, sem mordomias, sem despesas, sem medo, sem chatices...
... mas com uma pessoa que seja...
perfeita.
Às vezes fazemos as coisas primeiro e só sabemos porquê depois.
terça-feira, 8 de abril de 2008
Gosto
Mesmo que isso implique não fazer nada.
em vez de "minha", "do teu".
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Não sei quem
És meu peixe na rede que acabo por soltar.
És meu farol atracado à terra que sinto proibida.
És onde começo e acabo, o centro da minha vida.
És tu quem me ensina do mundo que julgava saber de cor.
És tu quem faz do teu próprio aluno uma pessoa melhor.
És capa ou sobretudo, muleta ou alçapao.
És quando tudo falha o futuro que me dá a mão.
És a estrela que resta, num céu de treva, a brilhar.
És o caminho que na vida eu vou querer trilhar.
És tudo o que existe e mais houvesse
Que porventura te definisse e te trouxesse.
És todo o meu azar e a minha sorte.
És tu quem eu vou amar até à morte.
domingo, 6 de abril de 2008
A Pessoa Perfeita - Parte 7 - A Beleza
Sei que já vi gajas estonteantes passarem a feias em 5 minutos, algumas delas em 2 segundos até - tempo suficiente para lhes apreciares as manias, ou apenas abrirem a boca.
Sei que a minha mulher não precisa de ser estonteante, mas com certeza não será horrível.
Não me preocupa.
Nesse aspecto e como diria Bryan Adams:
So far, so good.
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Acaba aqui este projecto da Pessoa Perfeita.
Parece-me que estas 7 virtudes são básicas, abrangentes e reconhecidamente importantes.
Sempre numa perspectiva pessoal, consigo sistematizar mais facilmente porque gosto ou não gosto de alguém agora.
A Pessoa Perfeita - Parte 6 - A Inteligência
Gosto de gente com capacidade para a piada fina e brejeira, com raciocínio lógico ou com imaginação fora do vulgar, com capacidade para explanar ideias e resolver problemas.
Gosto de gente curiosa. De quem diz o que diz com razão para isso.
Gosto de quem me sorri com a intimidade de quem sabe o que eu quis dizer.
Ler nas entrelinhas. Pensar por si.
Sei lá, a inteligência é difícil de definir e fácil de reconhecer.
A Pessoa Perfeita - Parte 5 - A Positividade
Tentar fazer mesmo que se ache que se vai falhar é difícil. Tentar continuar quando se adivinha impossível, tentar ver o lado bom das coisas quando tudo parece mau, tentar admitir primeiro o que se tem de bom e só depois o que se pode melhorar.
Saber que se formos positivos somos melhores, e se não o conseguirmos ser, pelo menos não devemos ser negativos.
E transmitir isso.
...
sábado, 5 de abril de 2008
Obrigado Nós
"Já vos tinha dito que este jogador [Voronin, depois de falhar a bola e a ter perdido pela linha de fundo, e de ter falhado escandalosamente um golo certo, e do Pedro ter comentado que ele não era querido em Liverpool] não é muito popular em Liverpool?"
Ou então depois dum golo do Manchester também contra o Liverpool no ultimo minuto, em que antes da bola parada o Pedro diz: "e era um golpe de teatro agora o Manchester marcar, hã?"
E depois do golo uns dois segundos, com tempo para saborear a coisa ele diz:
"Alguém disse alguma coisa?"
Obrigado nós, Pedro
A Pessoa Perfeita - Parte 4 - A Empatia
Estado de alma;
Capacidade psicológica para se identificar com o eu de outro, conseguindo sentir o mesmo que este nas situações e circunstâncias por esse outro vivenciadas.
Até ter percebido este verdadeiro significado de empatia, tinha-me sido transmitido que ela tinha muito a ver com simpatia e até alguma disponibilidade para ajudar uma pessoa.Empatia - pensava eu - era "ir com a cara da pessoa", duma forma muito minimalista.
Na verdade, empatia é o primeiro passo da compaixão, mas não a requer obrigatoriamente.
Se para percebermos o que uma pessoa sente devemos colocar-nos segundo o seu ponto de vista, isso não quer dizer que o partilhemos, que não tenhamos o nosso, que nos sintamos - ou nos fôssemos sentir - da mesma maneira que ela naquela circunstância.
O que quer dizer apenas, é que somos de facto capazes de pensar como ela, por momentos, de ver causas e consequências segundo a sua perspectiva, de adaptar a maneira como nós reagiríamos no caso dela de maneira a chegarmos à maneira como ela irá reagir.
Se bem que a compaixão é o mais nobre dos sentimentos, ela não é tão importante quanto a empatia, por várias razões muito simples:
1. porque há pessoas que não a merecem;
2. porque sem empatia não há compaixão;
3. porque é um exercício pessoal, no sentido em que nos torna mais aptos a resolver problemas, ou a tentar resolvê-lo da melhor maneira - e assim evitar que tenham de ter compaixão para connosco.
Empatia não nos torna menos fiéis aos nossos princípios, nem mais flexíveis em relação a outros.
Mas é a competência que nos permite explicar o que numa pessoa achamos que não faz sentido e perceber "por que raio de razão" ela fez o que fez ou deixou de fazer.
But I'm Working on it
No embalar de uma corrente sem rumo ou direcção
Em que jaz o corpo inerte - o ser vivo que já não sou
No emaranhado de desejos a pesar sobre o colchão.
Noites em que vens e não vens sempre vindo
Dum demorar que custa e que não passa só assim
Com o peso do que vai e não volta consumindo
O tempo e a leveza que já pairou sobre mim.