segunda-feira, 28 de abril de 2008

Paradoxos lixados

Gostamos sempre de tudo o que nos faz bem.
Mas nem sempre nos faz bem aquilo de que gostamos.
É preciso é coragem para rejeitarmos o que gostamos, quando sabemos que isso vai acabar por nos magoar.
Será mesmo?
Ou será que em vez de coragem se trata apenas de encarar as coisas numa perspectiva de longo prazo, já que a frase "compensa o mal que faz pelo bem que sabe" só é válida para o momento em que pecamos?

A coragem tem mais a ver com o facto de nos tentarmos guiar por aquilo que pensamos em vez de por aquilo que sentimos; ter coragem é, então, fugir ao que nos faz mal mesmo que nos saiba bem no momento? É mais do que isso.

Ter coragem é fugir sim, mas de perto.
É pôr os pés à beira do precipício para saber ao certo quão fundo ele é. Sem cair.
É conseguir salivar em frente a uma montra de doces 5 minutos e sair sem provar nenhum.
É levar 1000 euros na carteira para um casino e conseguir sair gastando 5.
É ver os amigos fumarem charros, ali mesmo à nossa frente, e nunca ter pedido para dar um bafo.
É tomar cafés com a ex-namorada sem deixar que o nosso olhar se perca nos lábios dela.
É não querer escrever ou falar com ninguém e de ninguém, mas abrir o blog na mesma, carregar em "nova mensagem" e ver piscar o cursor 45 minutos antes de sair alguma coisa.

Ter coragem cansa.
Vou dormir.

2 comentários:

Figura de Estilo disse...

parabéns pelo blog!

Sandra Rodrigues disse...

Gostei muito desses paradoxos ...
Concordo contigo , ter coragem não é nada fácil e cansa muitissimo :)

Continua a escrever :)

Beijo