domingo, 6 de abril de 2008

...

A boca falha-te, queres falar e nao podes... as pernas tremem, o olhar foge, suas frio, olhas em redor mas as paredes cinzentas nao te encorajam. A mordaca esta bem apertada... as tuas maos estao atras das tuas costas, os teus pes estao atados. Porque lutar? Es refem... a maioria esperaria por ajuda, mas tu resolves lutar. Quer lutes por ficar refem, quer lutes por fugir, a corda desenlaca-se-te dos pes. Usa-los para te movimentares... podes procurar uma saida, podes andar as voltas na mesma sala cinzenta onde te viste refem. Qualquer que seja a decisao, a corda que te enlacava as maos acaba por quebrar... depois do tempo que levou a poderes mover-te, podes agora agir. Com maos e pes livres, quase nao tens outra saida senao abrir a porta e deixar aquele lugar. No fundo, ainda andaste as voltas na sala, aquela sala ainda te vai deixar saudades, mesmo que tenhas sofrido la dentro... ca fora, podes ou nao tirar a mordaca. Podes ou nao partilhar a experiencia que viveste dentro da maldita e querida sala. Decides aproveitar agora que estas livre. Visitas outras salas, por gozo, por diversao, para veres como estao pintadas as paredes, mas nunca te deixas prender e muito menos amordacar... ate a sala onde, sem tu saberes como, isso acontece. Ves-te outra vez amarrado, pes e maos, surge-te medo. Medo de permanecer amarrado, medo do que pode acontecer ate que as cordas se soltem novamente, medo de mesmo que chegues la fora nao consigas tirar a mordaca... mas antes que as cordas lacem sequer, olhas bem a sala onde entraste. Pode ser cinzenta, como a outra. Ou pode ser diferente. A tua sala tem o ceu pintado no tecto, o mar pintado nas paredes e um clima quente e acolhedor... as cordas quebram, mas em vez de sair desta vez eu fico. As paredes da tua sala ouvem-me quando eu tiro a mordaca... de repente percebo que tenho o meu mundo dentro da tua sala. E que so vou sair quando nao me quiseres mais la...

1 comentário:

Isabelle disse...

eu lembro.me disto.