terça-feira, 29 de julho de 2008

It takes one...

"It takes one to replace one."

Acho que a ouvi no house, como já terei tido outras que ouvi e sobre as quais aqui escrevi.
Não achava que tamanha explicação coubesse numa frase tão pequenina, e mesmo assim não consigo concordar mais.
É preciso algo exactamente do mesmo género de outra coisa que se perdeu, para a poder potencialmente substituir - senão vejamos: há lá coisa melhor que um abraço demorado e cúmplice, por exemplo? Que outra coisa o poderia substituir, que não um mesmo abraço com as mesmas características?
E se a pessoa que abraçamos for diferente, teve de ser substituída por outra pessoa com quem tenhamos o género de relação que resulte nesse tipo de carinho - tal com tínhamos tido antes.
Não sendo possível, e ainda bem, conceber duas pessoas iguais, há sempre algo em comum nas que vamos substituindo na nossa companhia, em todos os sentidos: ou são elas que têm características comuns ou somos nós que as sentimos duma forma similar à nossa, similar ao que sempre fomos.
Para mim não se pode resumir mais esta verdade: que não há maneira de substituir um grande amor sem ser com outro, por exemplo, que não há maneira de substituir nada a não ser que se tenha algo que, na prática, seja do "mesmo género", no sentido de que nos dê o mesmo tipo de satisfação e prazer que tínhamos antes, ou pelo qual tenhamos o mesmo tipo de gosto e sentimento.

Sem que nada nem ninguém se esqueça, sem confundir substituir com esquecer ou enterrar o que se teve, o que é certo é que, para mim, é verdade, e que pessoalmente estou convicto que é por isso que pelo muito que tenhamos às vezes sentimos que nos falta qualquer coisa, e que normalmente, apesar de não o dizermos, sabemos o que é:

"It takes one to replace one."

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