quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A curiosidade

Há uma série de cursos que julgo poder ter frequentado, não fosse a minha pancada por economia, empresas e pessoas. Muito mais que isso, há uma série de lições que aprendemos no meu (assim como acredito que se aprendam nos outros supracitados), que toda a gente devia saber.
Assim como assim, só depende de nós. Podemos não ter um pai advogado, uma mãe médica, um avô serralheiro ou um tio contabilista: isso não nos impede de pesquisar e saber mais sobre um assunto de interesse.
Muitas das vezes, o conhecimento chega até nós sem querermos: numa revista de cabeleireiro, numa conversa informal, numa matéria que parecia que nem tinha nada a ver e afinal... olha!
O que fazemos com a informação que adquirimos ninguém sabe. Se tomamos opinião, se tecemos considerações ou se reflectimos sem falar com ninguém e com aquele ar de "queres lá ver que eu estive enganado este tempo todo?"
Ou se a espalhamos.
O factor preponderante para a aquisição de conhecimento é a curiosidade.
A ideia que tenho é que a curiosidade está muito menosprezada hoje em dia. De facto, querer saber é feio, tem-se como adquirido. É metediço. Enerva, incomoda.
Querer saber mais, mesmo se em sítios onde é suposto isso acontecer, é apontado como diferente.
Responder a perguntas pessoais é uma fraqueza: os segredos que se descobrem, as loucuras que ninguém faz, ou fez, e a resposta - "EU? Deus me livre!" - na ponta da língua. Mais uma vez, nunca se sabe quem vai formar opinião, tecer considerações ou reflectir sem falar com ninguém.
Ou espalhar.
Dá medo, sim, mas é assim que vamos aprendendo sem ter de cair em todas. É assim que dizemos "sei de um caso em que não foi tão linear..." e tomamos novos pontos de vista. A curiosidade dá-nos uma segurança maior não só no que já sabemos mas também no que teremos de aprender.
Em livros, claro, mas em casamentos e divórcios, filhos e enteados, amores e ódios, perdões e vinganças, compromissos ou faltas à palavra, e que nos serve para bem mais que eles.
E há um aspecto delicioso em quem é curioso por natureza: muitas vezes nem precisamos de fazer as perguntas, as respostas vêm imediatamente ter connosco.

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