quarta-feira, 17 de junho de 2009

Querem pôr-me doido

No 7º ano fiz um teste de Ciências Naturais que tinha uma pergunta que rezava assim:
"Diga o que entende por..." e depois tinha um termo científico, claro está. Ora, ainda se a professora perguntasse "defina..." ou "Dê uma definição de... segundo o estudado na disciplina", ou "explique o que significa...", ... mas não.
Agora imaginem, uma pessoa que não entenda o que quer dizer aquele termo científico vai responder "nada". E a resposta está certa.
Se me perguntam o que eu entendo por uma coisa da qual não entendo nada e eu respondo "nada", então a resposta está certa. Cotação máxima, professora. Só estaria errada se eu escrevesse algo diferente do que entendia daquele termo, o que seria deveras parvo. Quase tão parvo como a questão em si.
Lembrei-me disto hoje, quando me mandaram discutir comigo próprio.
"Discuta as vantagens e desvantagens de...". Epa eu discutia, mas depois o homem ía dizer que eu estava a copiar pelo vizinho do lado. E falar alto no meio de toda a gente era capaz de ser chato num exame. A não ser que ele quisesse que eu discutisse comigo mesmo, o que - já agora que penso nisso - tem uma óptima particularidade: seria sempre eu o último a falar.
Não era genial?
Já bem me bastam as vezes que me sai um "Ai, Carlos, Carlos..." nos dias bons ou um "mas o que é que eu ando a fazer, c******?" naqueles menos positivos, ou que vou na rua aos saltos a trautear aquela música que estava a dar quando fechei o carro, e em que as pessoas me olham e pensam "ai jesus, este vem do CAT..."
Eu podia enunciar, enumerar, comparar, argumentar por escrito, tecer um comentário... discutir comigo mesmo não tinha piada, porque eu ganhava sempre e não ganhava nada com isso.
Deve ser por isso que ele me vai descontar, tenho impressão.

2 comentários:

Pimponices disse...

Estes teus posts que são ao fim de conta os teus diálogos "interiores" colocados por escrito... muitas vezes me fazem rir, sorrir, pensar, concordar ou resmungar.
Seja qual for a minha resposta a estes, nunca é em vão.

Muack *

Carlos disse...

A ideia é fazer-te pensar sobre isso, e se ao leres tiveres uma reacção, mesmo que seja de discórdia, já valeu a pena.
Ainda bem que a ideia se põe sempre em prática, no teu caso :)
é recíproco.
beijinho :*